Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Kalandula
domingo, 14 de dezembro de 2014
Balanço
domingo, 30 de novembro de 2014
Carpe Diem
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Amarelo
domingo, 21 de setembro de 2014
Caminho
domingo, 6 de julho de 2014
Maria
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Verdade
“A verdade dói, mas só ela cura. Dá um nó na garganta. Há uma lágrima que cai. O tempo não dá tréguas, nunca abranda. Seis meses já lá vão, desde que incompletámos. Por vezes parece uma luta desigual, qual D. Quixote a lutar contra moinhos de vento. Outras são prantos interiores, que deixam mossa. Outras fazemos parecer que tudo vai bem, embora as almas doloridas se arrastem miseráveis por catacumbas interiores inalcançáveis para observadores desatentos. Graças à energia absorvida de alguns (poucos) bons amigos destas horas adversas, vamos levantando do chão, embora por vezes outro tombo surja logo de seguida. Só podemos tombar se não estivermos já tombados. Presto homenagem aos que ajudaram neste período tão difícil, estão no nosso coração. Bem hajam.”
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Quem sou eu?
Quem sou eu?
Nestes quatro anos africanos, se algo percebi sobre a pessoa que sou, compreendi que sou realmente português. Revejo-me no passado luso, independentemente, de episódios hoje politicamente incorrectos, das barbaridades cometidas. Sei que há episódios bastante tristes na história dos portugueses. Mas todos têm telhados de vidro. Além do que a história não é um conto de fadas, mas sim um registo factual de factos passados. Só conhecendo a história poderemos compreender o presente. Assim quem sou eu? Provenho de uma pequena comunidade agrícola. Limitada nos seus horizontes, porque auto-suficiente durante séculos. Educação baseada em princípios, tais como honra, trabalho, família, respeito. Gente modesta mas impoluta. Gentes de costas direitas. De princípios. Apanhei uma geração de mudança, com a industrialização da região. Cresci rodeado de livros. De música. Apanhei uma revolução antes de completar a primeira década. Assisti à primeira novela brasileira em Portugal, a Gabriela, Cravo e Canela, que nos mostrou outros modos de falar o português. E o gosto pelos livros do grande Jorge Amado. Embora já não tenha sido criado “à luz do candeeiro a petróleo” pude vivenciar o modo de vida dos meus avós, um, camponês que me passou o amor à terra, outro, sapateiro que sempre foi amigo de quem mais precisava, mesmo que a minha avó tivesse que andar atrás dos caloteiros para alimentar os filhos. Vi como se recebem “reis” em casas humildes, exactamente como os pedintes. Sempre houve um prato quente para quem dele precisou. A solidariedade nunca foi para mostrar nas colunas sociais, inexistentes de qualquer modo, mas sim algo intrínseco, como o ar que respiramos. Quem sou eu? Alguém para quem a honra não é uma palavra vã. Orgulhoso. Alguém que dá a camisa, independentemente de vir a precisar dela mais tarde. O único na família nesta actividade. Um idealista. Um amante das artes, das viagens. Alguém que adora a geografia, a sociologia, a história. Sou incapaz de ir a um lugar sem saber o que representa.
Como estou?
Retomei os sonhos. O gosto pelo pôr-do-sol. A geografia. A história. A filosofia. Sei que continuo incompleto. Talvez para todo o tempo que me resta. Estou grato. Mesmo se tantos me desapontaram, nestes quase, seis longos meses. Pois compreendi que mais importante que ter muitos amigos, é ter pelo menos um que conte, que faça a diferença, que se importe, que chore connosco, que nos passe energia. Estou incrédulo. A verdade continua a doer. Uma dor latente. Invisível. Presente. Estou mais sensível, mais frágil, mais forte, mais preparado, mais endurecido, mais próximo da verdade. Estou vivo e isso faz toda a diferença.
De que forma estou funcionando?
Uns dias a pilhas. Noutros em busca do Santo Graal. Nuns dias com vontade de chorar, noutros de ajudar. Ainda não sei por onde vou. Há muitos caminhos. Por um lado ainda bem, nunca gostei de unanimidades. Melhor uns dias, pior noutros. A rir e a chorar. Talvez mais extremo, agora não me basta o mais ou menos, o assim-assim. Estou mais exigente, mais ciente. Em busca. Com muitos sonhos, como uma criança solta no mundo, que se apercebe da sua pequenez, como um grão de areia numa praia. Não é nada. Mas a praia sem ela não é a mesma.
domingo, 15 de junho de 2014
Seis de Outubro de 1963
Aos seis de Outubro de 1963 foi inaugurada a barragem de Cambambe. Por Américo Tomás, presidente da República.
domingo, 8 de junho de 2014
Love caught me
terça-feira, 3 de junho de 2014
Reflexões
De volta ao cacimbo. O céu volta aos tons de cinza. As manhãs refrescam. As temperaturas sufocantes partiram para paragens distantes. A vida suaviza. A roda da vida gira sem cessar. Tão depressa estamos no alto da mais alta montanha, como estamos no fundo do vale mais profundo. Com o sufoco dos dias a afastar-se voltam os momentos de reflexão, agora possível, depois do início de ano inesperado, desesperado, transtornado e revoltado desde que nos conhecemos como gente.
Todos reclamamos contra a injustiça da vida. Ninguém está satisfeito com o que tem. Enquanto o mundo gira e avança, sucedem-se episódios dramáticos para quem os vive, rapidamente esquecidos por quem os rodeia. É assim que somos. É assim que é possível viver. A cada um as suas dores. Não podemos, nem queremos, acumular sofrenças alheias, que com certeza iremos necessitar sofrimentos próprios, mais cedo que mais tarde, na altura devida.
A cada inverno sucede sempre a primavera. A vida exige o recomeço, o ciclo, a morte. Quando tudo parece desesperar, surge a luz ao fundo do túnel. Quando a vida parece um conto de fadas, levamos um murro no estômago que nos tira o fôlego e nos faz tombar. Talvez a vida não seja injusta, talvez seja apenas vida. À falta de expectativas sobre o além, talvez devamos aproveitar esta vida do melhor jeito possível, com verdade, com tranquilidade, absorvendo cada instante como único e irrepetível.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Etosha
domingo, 27 de abril de 2014
Etosha
Na próxima semana vou visitar e conhecer um parque de vida selvagem na Namíbia. Após mais três anos em África, finalmente vou ter, espero, a oportunidade de conhecer algo que até hoje só vi pela televisão. Coloco aqui a tradução que fiz de um prospecto do Parque Nacional de Etosha. Veremos se as expectativas são preenchidas, ultrapassadas ou apenas uma ilusão... Mas lá que promete, isso é inegável.
Antes de o Parque ser um Parque
Namutoni
A incrível diminuição das fronteiras de Etosha
Regresso
ao futuro
Rietfontein
Sabia
que…
www.met.gov.na
domingo, 6 de abril de 2014
Domingo
terça-feira, 18 de março de 2014
Desabafo
segunda-feira, 10 de março de 2014
Aniversário
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Partiste sem avisar
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Como posso explicar
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Pico
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Like a waterfall
domingo, 12 de janeiro de 2014
Quando amanhã começar sem mim
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Inês
Era uma rapariga espectacular, grande clarinetista e, sobretudo, era feliz!
Eu acho, assim de vez em quando, que vou olhar um bocado...
"Voy a viajar, voy a bailar, bailar, bailar, quiero bailar, voy a vivir en el medio del campo y a las mañanas me voy a levantar.”
Fica bem, onde estejas, ainda que por aqui tenhas deixado uma história a meio.
Descansa em paz pequena Inês. Mais uma estrela no céu, desta vez bem brilhante e "colorida".
- in
memoriam Inês Pereira (1995-2014)
Inventaste um lugar e da tua voz
Nasceu o hino, cântico nobre que
Entoas quando sonhas, dando cor ao
Silêncio que se curva sob os teus passos.
Povoaste esse recanto com ternura em flor
Elevaste toda a terra a poesia primordial
Recebeste todos os sons no teu olhar -
E em teu redor a felicidade assumiu a forma
Inebriante de um sol de pétalas infinitas,
Reflexos multicolores que anunciam a tua chegada -
Aurora que embala todas as madrugadas.
Hoje de ti me despeço com o teu nome na alma, com a tua luz que nunca me abandonará, querida.
Até sempre, 'Nês.
Tem os que passam
Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...
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3 de Novembro de 2009, terça-feira. Dia triste por aqui hoje. Mais um dos nossos colaboradores passou para o outro lado. O Samba era um dos ...
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a. Areia. Está presente em todo o lado. Tempestade de areia. Água. Aprendemos a dar valor à água. Sem ela não há vida. b. Barco. É como pass...