quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ladrão

10 de Dezembro de 2008, quarta-feira. Se calhar tinha que acontecer um dia. Aconteceu hoje. Desde que chegou o GPS, em Outubro do ano passado, poucas vezes deixei a base só, como por aqui há muito gado, normalmente deixo um porta-miras a tomar conta da base, não vá o diabo tece-las. Hoje fui marcar um dalot, no pk 21, deixei a base num marco a cerca de 500 metros e comecei a implantar, a dado momento perdi o sinal de rádio, imediatamente entreguei o bastão ao Haiba e parti para a base, julgando que algum animal a tinha deitado ao chão. Não foi esse o caso. Quando me aproximei verifiquei que a bateria do rádio, simplesmente, desaparecera. Fui buscar o pessoal, expliquei o sucedido, e partiram todos em corrida acelerada, a procurar o ladrão. De notar que hoje tinha três porta-miras mouros, um já percebe um pouco de francês, os outros nem por isso. O Mohamed, indicou-me a direcção tomada pelos ladrões, e disse-me que era um pequeno e um grande, conduzi a carrinha enquanto foi possível, depois continuámos a pé, pois a floresta era densa. Farto de andar, disse-lhe que voltássemos à carrinha, que não, e de repente, vejo-o a correr, um cachopo a gritar, e apanhou-o. Começou a interrogar a criança, e eu sem perceber nada, mais tarde vim a saber que não era o único. O puto estava a guardar os seus bois. Centenas, muitos com mais de 500 kg. Que ao verem dois estranhos a levar o seu guardião, começaram a contornar-nos e a tomar uma atitude estranha, quando reparámos estávamos cercados, comecei a gritar e a bater com um pau, para afugentar os bichos, o que consegui. Saímos dali, recuperámos a viatura, encontrámos o Haiba e o Chekhna. O Mohamed explicou ao Haiba, começou a falar com o puto em pular, e disse-nos depois, “este não sabe de nada, não foi ele”, lá o deixámos ir. Quando olhei para trás vi o miúdo a correr, que parecia louco. Ficou o ensinamento, a base nunca deve ficar só. O ladrão, teve uma coisa boa, não estragou nada, só roubou a bateria, do mal, o menos. E já só falta uma semana.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mauritânia


Podemos ver diversos eus, nestas fotos. Primeiro com o Sy, há séculos. Numa foto obrigatória em Sélibaby, dentro de um Baobab enorme que está à saída da cidade. Setembro 2007. Com o Jamaldine e o Zé Manel em Novembro 2007, dia de início dos trabalhos da estrada Sélibaby - Gouraye. Travessia do Rio Senegal, uma das nossas actividades favoritas. Dezembro 2007. Primeira vez que o Jamaldine pagou uma cerveja a alguém. No cimo do monte M'ballou, não, não estou gordo, parece porque estou com os braços abertos e a camisola subiu. Novembro 2008. No Halloween, a Morgan faz um brinde com um mouro Mauritano, muito parecido com o autor desta prosa. Se repararem na evolução, o chapéu, foi trocado por um turbante e por um hadj e até a roupa mudou bastante. Hoje é feriado aqui. Dia de festa de El IDe, para quem não sabe. Comi hoje umas couves com feijões. E estou a ouvir Jacques Brel.













Pôr do Sol

Se há coisa aqui que valha a pena ver, é certamente o Pôr do Sol. É espectacular, mas muito rápido. Dura uns breves minutos. Não é como em Portugal.














Mais passarada

Mais alguns exemplos do que podemos ver por aqui. De notar que quando nos esquecemos da câmara é que aparecem os mais espectaculares




















Fauna Mauritana

Eis alguns exemplos do que se pode ver ver aqui. A variedade de aves é imensa.














terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Natal está à porta

2 de Dezembro de 2008, terça-feira. Fui hoje levar o Rafa a Bakel, vai de férias. Primeiro a Portugal e depois ao Brasil. O Jamaldine e o Hassan, foram antes de ontem. Fico a substituir os três. O positivo de tudo isto, é, que só faltam duas semanas para ir eu. Saio daqui a 18. A decapagem está a chegar a Gouraye. Finalmente temos a obra toda aberta. No dia 27, acabei por ir festejar o “Thanksgiving” a casa da Kim, que não esteve, foi para o Senegal. Estiveram lá 15 PCV’s, alguns vieram de muito longe. Nesse dia, começou péssimo, acabei por apanhar uma carraspana das antigas, pois é… No sábado fui a Bakel buscar estacas, como hoje, e comprei uns 10 kg de peixe, quando os pescadores ainda estavam a puxar as redes. Alguns, umas horas depois ainda estavam vivos, e assim entraram dentro do congelador. Comi umas refeições maravilhosas, estava com saudades de peixe fresco. O Malik deu-me umas bananas, que me mostraram que afinal até gosto dessa fruta. Espectaculares. Hoje deu-me mais. Machalá… Amanhã vou à britadeira, são 150 km, para cada lado, é duro. Quero ver se vejo o Rodrigo, já não lhe boto os olhos encima desde Maio. Por aqui a temperatura está aceitável, especialmente à noite, já à quatro ou cinco noites que durmo sem ar condicionado. Quero ver se amanhã semeio a horta de novo. Preciso de legumes frescos. Hoje “roubei” alface e beringelas ao maluco do Djaló. Inté.

Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...