quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ladrão

10 de Dezembro de 2008, quarta-feira. Se calhar tinha que acontecer um dia. Aconteceu hoje. Desde que chegou o GPS, em Outubro do ano passado, poucas vezes deixei a base só, como por aqui há muito gado, normalmente deixo um porta-miras a tomar conta da base, não vá o diabo tece-las. Hoje fui marcar um dalot, no pk 21, deixei a base num marco a cerca de 500 metros e comecei a implantar, a dado momento perdi o sinal de rádio, imediatamente entreguei o bastão ao Haiba e parti para a base, julgando que algum animal a tinha deitado ao chão. Não foi esse o caso. Quando me aproximei verifiquei que a bateria do rádio, simplesmente, desaparecera. Fui buscar o pessoal, expliquei o sucedido, e partiram todos em corrida acelerada, a procurar o ladrão. De notar que hoje tinha três porta-miras mouros, um já percebe um pouco de francês, os outros nem por isso. O Mohamed, indicou-me a direcção tomada pelos ladrões, e disse-me que era um pequeno e um grande, conduzi a carrinha enquanto foi possível, depois continuámos a pé, pois a floresta era densa. Farto de andar, disse-lhe que voltássemos à carrinha, que não, e de repente, vejo-o a correr, um cachopo a gritar, e apanhou-o. Começou a interrogar a criança, e eu sem perceber nada, mais tarde vim a saber que não era o único. O puto estava a guardar os seus bois. Centenas, muitos com mais de 500 kg. Que ao verem dois estranhos a levar o seu guardião, começaram a contornar-nos e a tomar uma atitude estranha, quando reparámos estávamos cercados, comecei a gritar e a bater com um pau, para afugentar os bichos, o que consegui. Saímos dali, recuperámos a viatura, encontrámos o Haiba e o Chekhna. O Mohamed explicou ao Haiba, começou a falar com o puto em pular, e disse-nos depois, “este não sabe de nada, não foi ele”, lá o deixámos ir. Quando olhei para trás vi o miúdo a correr, que parecia louco. Ficou o ensinamento, a base nunca deve ficar só. O ladrão, teve uma coisa boa, não estragou nada, só roubou a bateria, do mal, o menos. E já só falta uma semana.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mauritânia


Podemos ver diversos eus, nestas fotos. Primeiro com o Sy, há séculos. Numa foto obrigatória em Sélibaby, dentro de um Baobab enorme que está à saída da cidade. Setembro 2007. Com o Jamaldine e o Zé Manel em Novembro 2007, dia de início dos trabalhos da estrada Sélibaby - Gouraye. Travessia do Rio Senegal, uma das nossas actividades favoritas. Dezembro 2007. Primeira vez que o Jamaldine pagou uma cerveja a alguém. No cimo do monte M'ballou, não, não estou gordo, parece porque estou com os braços abertos e a camisola subiu. Novembro 2008. No Halloween, a Morgan faz um brinde com um mouro Mauritano, muito parecido com o autor desta prosa. Se repararem na evolução, o chapéu, foi trocado por um turbante e por um hadj e até a roupa mudou bastante. Hoje é feriado aqui. Dia de festa de El IDe, para quem não sabe. Comi hoje umas couves com feijões. E estou a ouvir Jacques Brel.













Pôr do Sol

Se há coisa aqui que valha a pena ver, é certamente o Pôr do Sol. É espectacular, mas muito rápido. Dura uns breves minutos. Não é como em Portugal.














Mais passarada

Mais alguns exemplos do que podemos ver por aqui. De notar que quando nos esquecemos da câmara é que aparecem os mais espectaculares




















Fauna Mauritana

Eis alguns exemplos do que se pode ver ver aqui. A variedade de aves é imensa.














terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Natal está à porta

2 de Dezembro de 2008, terça-feira. Fui hoje levar o Rafa a Bakel, vai de férias. Primeiro a Portugal e depois ao Brasil. O Jamaldine e o Hassan, foram antes de ontem. Fico a substituir os três. O positivo de tudo isto, é, que só faltam duas semanas para ir eu. Saio daqui a 18. A decapagem está a chegar a Gouraye. Finalmente temos a obra toda aberta. No dia 27, acabei por ir festejar o “Thanksgiving” a casa da Kim, que não esteve, foi para o Senegal. Estiveram lá 15 PCV’s, alguns vieram de muito longe. Nesse dia, começou péssimo, acabei por apanhar uma carraspana das antigas, pois é… No sábado fui a Bakel buscar estacas, como hoje, e comprei uns 10 kg de peixe, quando os pescadores ainda estavam a puxar as redes. Alguns, umas horas depois ainda estavam vivos, e assim entraram dentro do congelador. Comi umas refeições maravilhosas, estava com saudades de peixe fresco. O Malik deu-me umas bananas, que me mostraram que afinal até gosto dessa fruta. Espectaculares. Hoje deu-me mais. Machalá… Amanhã vou à britadeira, são 150 km, para cada lado, é duro. Quero ver se vejo o Rodrigo, já não lhe boto os olhos encima desde Maio. Por aqui a temperatura está aceitável, especialmente à noite, já à quatro ou cinco noites que durmo sem ar condicionado. Quero ver se amanhã semeio a horta de novo. Preciso de legumes frescos. Hoje “roubei” alface e beringelas ao maluco do Djaló. Inté.

domingo, 23 de novembro de 2008

Mauritânia de A a Z

a. Areia. Está presente em todo o lado. Tempestade de areia. Água. Aprendemos a dar valor à água. Sem ela não há vida.
b. Barco. É como passamos para o Senegal. Bakel. Cidade no Senegal, onde vamos às sextas, beber cerveja. Burros. São milhões aqui. Brousse. Zona semi-desértica onde nos encontramos.
c. Carros. Em Selibaby quase todos, são Mercedes. Cabras. Penso que são maioritárias na Mauritânia. Cerveja. Fazemos cerca de 100 km para beber uma. Chá. Aqui bebe-se chá umas dez vezes por dia…
d. Deserto. A maior parte da Mauritânia pertence ao deserto do Sahara. Diagili. Cidade junto ao rio Senegal. 95% dos habitantes têm nacionalidade francesa. Quase todas as casas têm painéis solares.
e. Exército. Só ultrapassados em número pelos polícias.
f. Fleuve. O rio Senegal é o único da Mauritânia. Chamam-lhe simplesmente, fleuve.
g. Garage. Local onde se apanham os transportes, aqui constituídos por jipes, normalmente de caixa aberta e apelidados de Taxi brousse. Gouraye. Término da nossa estrada. Fica junto ao rio Senegal, na fronteira com o Senegal. Local onde passamos a fronteira.
h. Hassanian. Uma das etnias do país. São os mouros. Detentores do poder.
i. Irmãos. Aqui todos têm pelo menos 10.
j. Jardin. Nome para a nossa horta.
k. Karakoro. Oued que faz a fronteira com o Mali. Kaédi. Local da base da Tâmega. Primeiro estaleiro onde estive. Onde termina o asfalto.
l. Lei. Aqui existe apenas uma ideia do que isso seja.
m. Mali. País vizinho. Fica a cerca de 50 km daqui. Mballou. Montanha a cerca de 20 km de Selibaby.
n. Nouakchott. Capital. Local onde habitam cerca de 1/3 dos mauritanos.
o. Oued. Curso de água. Difere de um rio, porque não tem nascente. Só tem água na época das chuvas. Ovelhas. Há milhões por aqui. Ouguya. Moeda local.
p. Polícia. Omnipresente. Há muitos e por todo o lado. São normalmente simpáticos connosco. Pular. Uma das etnias do país. Peace Corps. Americanos, jovens, idealistas. São nossos amigos. Cerca de cem na Mauritânia. Pá e Pica. Como se abrem valas aqui. Pó. Só pára na altura das chuvas.
q. Qualquer ocasião é boa para matar um carneiro, por aqui tudo se festeja desta forma.
r. Radier. Forma de as estradas atravessarem linhas de água. Difere de uma ponte porque não tem pilares. A água passa por cima. Rãs, são milhões, nunca vi nada assim.
s. Soninke. Uma das etnias do país. Selibaby é terra soninke. Senegal. País vizinho, fica a cerca de 50 km daqui, já lá fui mais de 50 vezes. Selibaby. Capital da província de Guidimakha, onde fica a nossa base.
t. Táxi Brousse. Transportes públicos na Mauritânia. Toyota. Os 4x4 são quase todos desta marca.
u. Ultimo modelo de telemóvel. As pessoas podem não ter casas, mas têm os telemóveis mais recentes, bem como parabólicas e TV’s…
v. Vacas. Milhões por aqui.
w. Wolof. Uma das etnias do país. Maioritária no Senegal. Walli. Governador.

x. Xisto. A maioria dos montes aqui é de xisto.
y. Yacoub. Nome do nosso Eng. De Ambiente.
z. Zénégué. Localidade a 10 km de Selibaby.

Golpe de Estado, Pensamentos

23 de Novembro de 2008, Domingo. Hoje dei comigo a pensar que há coincidências incríveis nesta vida. Se não vejamos. No inicio de Agosto, houve um golpe de estado aqui na Mauritânia. Uma das razões porque houve apoio aos golpistas foi o descontentamento com a carestia de vida, recorde-se que, em Julho o petróleo atingiu o preço de 157 dólares, agora está a 50. O açúcar baixou para metade. A farinha idem. A Ouguia (moeda local) valia 1 para 360 em relação ao Euro, agora vale 1 para 300. Ou seja, estes gajos fizeram o golpe, na altura exacta. A população acredita que foi o novo governo que baixou todos os preços, subiu o valor da sua moeda e pôs os estrangeiros (leia-se União Europeia) na linha, não querendo saber das ameaças… Em Portugal quando foi o 25 de Abril, estalou a crise do petróleo, as taxas de juro subiram e ainda hoje temos temos contas para pagar…

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

De Volta a M'ballou seis meses depois (2)

Neste maciço espectacular, situado a 20 km da nossa base em Sélibaby, restam muitos macacos, revelaram-se muito curiosos e prudentes, seguindo-nos mas à distância. Também pudemos observar muitas aves, de que esta águia é um exemplo.



Mamã com bebé às costas. É uma cena muito normal aqui. Mesmo entre macacos. Finalmente cheguei ao topo. Consegui. Cerca de uma hora foi o tempo gasto para subir. Parabéns Xavier.





De Volta a M'ballou seis meses depois (1)

Podemos ver, primeiro o que me esperava. Depois já algum caminho feito. O que ainda faltava. E alguns companheiros de percurso, muito ruidosos por sinal. Há já seis meses que esperava esta ocasião, subir o Massif de M'ballou. Nada melhor que o dia do 8º aniversário do Xá para finalmente concretizar essa subida. Valeu a pena.














sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Halloween

7 de Novembro de 2008, 6ª Feira. Desde o meu regresso a 15 de Setembro, foi a primeira sexta-feira em que não fui a Bakel. Eu gosto de ir sossegado e ultimamente as sextas têm sido tudo menos sossegadas. Muita gente = muita confusão. Fiquei a descansar. Soube-me muito bem. Estava a precisar. Reguei bem a horta. Vi uns filmes. Ouvi umas músicas. Dormi uma sesta… e parece que escolhi bem o dia de não ir a Bakel.
Esta semana foi gira. Na sexta-feira passada fui a Bakel e depois fui para casa da Kim, para festejar o Halloween. Vesti o meu bubu branco, com o meu hadj branco e fiz uma entrada triunfal, a Puppy, nem me reconheceu à primeira. Logo após a minha chegada participei num concurso de comer donuts rapidamente, presos por um fio e sem poder tocar com as mãos. Fiquei em segundo. O Levin foi mais rápido. Depois fizemos equipas para construir uma “Jack-o-Lantern”, aquela abóbora com uma vela no interior que se vê nos filmes americanos do Halloween. A minha abóbora ganhou o primeiro lugar, a Sari foi a minha companheira de equipa e apenas nos conhecemos neste dia. No dia 4 de Novembro, a Kim convidou-me para festejar com os voluntários a eleição do presidente. Parabéns para eles, pois quis-me parecer, que ou eram todos apoiantes do Obama ou quem não era não se manifestou. Com a Kim tenho grandes discussões sobre política e sobre Portugal, que eu defendo com unhas e dentes, dizendo-lhes que tudo teve a sua origem em Portugal. Ela delira com os meus argumentos apelidando-os de “Shit talk”. Dos novos voluntários que chegaram este verão, a Shelby mostra-se interessada e com argumentos para estas discussões.
Quanto à minha vida aqui, tem altos e baixos. A dias onde só me apetece ir embora, seguem-se outros em que me sinto útil, integrado e em que posso fazer alguma diferença. Os trabalhos ganharam algum ritmo (finalmente). Vamos ver se é para continuar.
Chegaram hoje os projectistas, aqui a Selibaby. Amanhã vamos ter muitas coisas para conversar.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Gafanhotos

27 de Outubro de 2008, 2ª Feira. O verde já desapareceu, embora a semana passada tenha chovido. Os gafanhotos estão-me a dar cabo da horta. Comem tudo. A obra deu um safanão, começou a dar mostras de ser para fazer, mas, parece que é para ir fazendo. É a vida. O grupo aumentou muito, com a chegada de 3 brasileiros, o Messias está mais contente, e 4 madeirenses, para além do Eng. das pontes, que veio substituir o Houari, passados cinco meses. Já somos uns 35 ou 36. A carrinha do Rafa continua avariada, também só está na oficina desde finais de Maio… Começámos a sub-base, por enquanto ainda há água… A temperatura subiu muito com o fim das chuvas e a humidade desceu, como consequência o consumo de água disparou, os nossos burocratas, que não saem do ar condicionado, estranharam, temos agora uma espécie de caça às bruxas, por causa disso. Vão mas é trabalhar malandros. Já temos todos os projectos, também só passaram cerca de 52 semanas desde que chegaram os primeiros… E para variar, vieram gatados, é preciso ter pachorra… O Rafa já só pensa na viagem que vai fazer ao Brasil, o Messias, esse, nem pensa já. Já está todo lá. Aqui por Selibaby, a vida continua, passadas as chuvas, que este ano, duraram cinco meses contra os dois do ano passado, já se vê muita gente a buscar água onde podem, poças imundas, onde só de olhar deve dar doença, tomam banho e lavam a roupa. Os primeiros rebanhos nómadas começaram a chegar, parece que em Kiffa não choveu quase nada, é a 200 km daqui. A Inês e o Xavier, compraram um cavaquinho, na feira de gastronomia, em Santarém. E eu aqui.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ramadão

3 de Outubro de 2008, 6ª Feira. Após mês e meio estou de volta. Durante este tempo voltei a casa, para ir com o Xavier às termas. Soube bem esta ida a Portugal. Voltei mais calmo. Cheguei durante o Ramadão. Terminou antes de ontem. Tivemos três dias de folga. Programei tudo para ir ao norte, a Atar e a Arguim. Liguei para o Afonso, em Nouakchott, que não. Era perigoso, os terroristas mataram onze militares mais o seu guia civil. Foi pena. Ficámos por aqui. Que desperdício. Duas idas a Bakel e um bolo de chocolate. Foi o que se pode fazer. Amanhã voltamos ao trabalho. Veremos se desta vez é a sério… As chuvas estão de partida, este ano foi bom, quatro meses de chuva, é coisa rara por estes sítios. Daqui por duas semanas acabou-se o verde e mais duas desaparece também o amarelo, fica só o vermelho dos solos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Um Ano na Mauritânia

18 De Agosto de 2007
6:00 am – Tocou o despertador. Acordei para um dia completamente inesperado apenas duas semanas antes. O dia da minha viagem para a Mauritânia. Foi o dia em que mais me custou levantar e despachar em muitos anos. A Guida fez-me dar um beijo ao Xavier, coitado estava de tal modo a dormir que não deu qualquer sinal, quando o agarrei para o beijar. A Inês, como sempre aparenta maior autocontrolo e deseja-me boa viagem.
18 de Agosto de 2008, 2ª Feira. Faz hoje um ano. Que estou nesta terra. Parece mentira. Fazendo uma retrospectiva. Hoje choveu loucamente. Quando cheguei a Nouakchott, só me apeteceu apanhar o avião de volta. O primeiro choque é brutal. Não há nada que nos prepare. Não sei se as pessoas que mais gosto. Alguma vez. Aceitarão. Compreenderão. Não sei se alguma vez. Estarei preparado para esta terra. Liberta-nos. Amarra-nos. Sei que estou a passar ao lado da vida. Dos meus. Hoje tive uma queda brusca da temperatura. Corporal. Não parava. De tremer. Tive que vestir um polar! Tive que colocar. O ar condicionado. No quente. Se qualquer dia é bom para uma retrospectiva. Os números redondos. São-no mais. Após um ano em África. Dou mais valor à amizade. As dificuldades trazem ao cimo. O melhor. O pior. Das pessoas. Os amigos são os do berço. E. Os que em tempos difíceis. Nos fazem acreditar. Que ainda é possível. Os meus filhos. Sentindo a minha falta. Perdendo cumplicidades. Estando tão longe. A minha esposa. Sentindo-se só. Espero que. Alguma vez. Sentados à lareira. Apreciemos cada dia. Juntos. Que não haja. Sombras. Entre nós. Neste caso. A distância. Faz-me apreciar cada vez mais. O que tenho em casa. Na 4ª Feira. Dia 13. Fizémos 16 anos. De casados. Com todas. As situações. Dificuldades. Voltava a casar. Hoje. A sinfonia. Das rãs. Rodeia-me. É inacreditável. São milhões. Para a semana. Regresso a casa. Até já. Embora. Só tenha vindo à um mês. As saudades. Apertam. Hoje. Compreendo. Aceito. Muito mais. A diferença. Acho que estou. Mais rico. Nada como ver. Outras gentes. Outras culturas. Para perceber. Quão fúteis. São a maioria. Das nossas querelas. De ocidentais. Aburguesados. De barriga. Saliente. A religião. Que nos é. Apresentada. Com tantas certezas. Com tantos dogmas. É preciso. Escutar. O mundo. A política. A diferença.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Golpe de Estado

6ª Feira, 8 de Agosto. O pessoal que foi de férias, saiu daqui na 2ª Feira às 11 da noite. Apanharam uma tempestade pelo caminho, que lhes partiu três vidros do jipe e os deixou encharcados. Passaram uma noite no caminho pois a estrada estava cortada. Apanharam um golpe de estado, quando esperavam o avião. O aeroporto foi encerrado. Já saíram, quando escrevo, mas só chegam à Madeira no domingo. Há dias de sorte… Por aqui hoje tive que trabalhar, pois betonaram-se duas placas de um radier, e tive que as ir marcar. Durante a semana passaram-se aqui algumas curiosidades. A saber. No domingo, fomos beber uma bejeca aos chineses e foi engraçado ver que estavam numa sala quatro pessoas, uma portuguesa, uma marroquina, uma brasileira e uma chinesa. Se repararmos era um cidadão europeu, outro africano, um americano e ainda um asiático. Só faltou mesmo um australiano… Na 2ª fui a Bakel com o Messias e o Hassane, para o ravitaillement…, pois o Messias fazia 44 anos e estava seco. À tarde os médicos chineses vieram ver a nossa horta e lavaram, alfaces, couves, pimentos e pepinos. Ficaram encantados pois nesta altura não há verduras para comprar. Na 3ª recebi finalmente a minha carrinha, um mês e meio depois da avaria. Na 4ª houve um golpe de estado. Na 5ª chegou finalmente o aguardado cimento. Na 6ª trabalhei. (Aqui a 6ª é dia de descanso).

segunda-feira, 28 de julho de 2008

De volta a Selibaby

2ª Feira, 28 de Julho. Volto à escrita um mês depois. As férias já lá vão. A Bênção do Gado terminou hoje, com a devolução da imagem do Senhor Jesus. Só pude assistir aos primeiros dias, mas ainda deu para ver muitos ausentes como eu, que voltam à terra nestas ocasiões. Ainda pude assistir a dois concertos da minha Inês, um em Constância e outro em Torres Novas. No meu regresso à Mauritânia, fiquei três dias em Bakel, devido às chuvas. Na véspera da minha chegada foram só 160 litros em 24 horas… Acabei por chegar a Selibaby só na quarta-feira. E teve que ser o Demba a ir-me buscar, porque os portugueses, tiveram todos medo. A primeira noticia que tive foi que a minha carrinha, que é uma Toyota Hilux, como 50% dos carros na Mauritânia, ainda não está arranjada por falta de peças… A do Rafa é uma Mitsubishi L200 e está parada à dois meses… por falta de peças. Com a chuva cinco camiões nossos ficaram retidos em Garfa por sete dias. O andamento dos trabalhos é agora penoso. Na sexta-feira a Caren e a Amanda vieram almoçar connosco, para se despedirem do pessoal. No sábado partiram de vez. A Joni e o Nick, já tinham partido quando cheguei. A equipa que me ajudou a passar algum tempo aqui em Selibaby, partiu. As despedidas são sempre emotivas. Quando sabemos que serão definitivas são-no ainda mais. Mas se há sempre alguma coisa de nós que se perde com as despedidas, também ganhámos algo em troca, no mínimo memórias dos momentos partilhados. Que se tornarão difusas com o tempo… A minha horta está bem e recomenda-se. O milho já tem dois metros de altura e bandeira ao vento. As alfaces semeadas há um mês já estão a ser comidas, tal como os rabanetes. Pepinos nem se fala, apanhamos todos os dias. As bananeiras estão todas bem vivas. Duas papaieiras também. Ontem fizemos um jantar no nosso churrasco, aproveitei para assar alguns pimentos (picantes), era ver o pessoal a comê-los todo contente e a mudar de cor e a beber muita água. Estamos agora no meio da estação das chuvas, aqui denominada hivernage, a temperatura é agora bem mais suportável, +- 30 graus, as pessoas daqui cultivam todas as zonas baixas, principalmente, milho, feijão e amendoim.

domingo, 29 de junho de 2008

Jardin do moi, em Sélibaby

Couves, Alfaces, pepinos, pimentos... Afinal conseguimos cultivar tudo aqui.




Vista geral da nossa esplanada. Ao lado da nossa casa e da horta. Ao fundo à direita o churrasco.

Tempestade de Areia

Na primeira foto podemos ver a nuvem laranja, correspondente à tempestade de areia, aproximando-se da nossa base em Sélibaby.

Na segunda, a tempestade já bastente próxima, com o Rafa em cima do monte de brita a fotografar.

Depois foge que se faz tarde. A velocidade do vento é muito grande. A visibilidade desce quase para zero.
Por fim quase deixamos de ver a nossa central de betão.
Desta vez não veio chuva após a poeira. Por vezes a chuva que vem depois faz muitos estragos. Desta vez ficámos pelas imagens, a natureza não deixa de nos brindar com exemplos da sua capacidade destrutiva, como quem diz, Não são só vocês que podem estragar "isto".

sábado, 28 de junho de 2008

Vida em Sélibaby

Feijoada à brasileira, feita pelo Messias. Vista do vale de Moudji, depois duma chuvinha. Não se vê na foto, mas estão lá umas centenas de águias. Betonagem do Radier pk10, Rafa em grande estilo. O nosso chefe de laboratório, Hassane, armado em mauritano.




Atravessei o Rio Senegal a nado.

Sábado, 28 de Junho. Conseguimos betonar tudo o que estava preparado, antes da chuva. Quatro placas de 20 metros cada. Não esperava tanto. A terraplanagem está a andar bem. A chuva veio para ficar. Na 4ª feira vimos umas centenas de águias. É na zona de Jedida, pk 13+500. É espectacular. Por volta das 4 da tarde começam a regressar aquela zona. É pena não ter uma máquina fotográfica boa. Ontem o Jamaldine, quando regressava de férias, foi arrastado pelas águas, ao atravessar um Oed, perto de Mbout. Ficou-se pelo susto, mas faz-nos pensar na fragilidade da vida humana. Faz-nos pensar o que fazemos aqui, neste fim do mundo. Para acabarmos engolidos por um mar de lama. No meio do deserto, suprema ironia. Se já sabíamos que todos os cuidados são poucos, ficámos mais despertos para redobrar a atenção. Ontem foi dia de Bakel. Fui eu mais o Rafa, o Baltazar e o Álvaro, por acaso os quatro continentais da obra, ainda a Caren e a Joni. Para elas foi a última vez que foram a Bakel, pois a sua partida para a América está cada dia mais próxima. Foi um dia porreiro. Atravessei o Rio Senegal a nado, atrás do barco. A corrente estava forte, e eu não sou grande nadador. Mas já está. Consegui. A maioria do pessoal não quis ir. Tiveram medo da chuva. Não sabem o que perderam. A minha partida para casa está aí. Faltam só três dias. Parece mentira, que, já passaram três meses, desde que regressei à Mauritânia. Vêm aí uns dias em Fuengirola para carregar baterias. Por aqui a temperatura baixou muito, com a chegada da chuva. Hoje semeei duas variedades de alfaces, acelgas e rabanetes. Temos comido alfaces e pepinos todos os dias. Também comemos muitas couves, verdes, da minha horta. Se houve alturas em que duvidei que conseguíssemos comer algo de lá, agora é quase todos os dias. Quando cavei os canteiros para semear, vi minhocas. Isto significa que a terra está a ficar equilibrada. É bom sinal.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mais chuva

2ª Feira, 23 de Junho. Afinal a betonagem não começou no sábado. Choveu tanto na noite de sexta para sábado, que inviabilizou a betonagem. Ficou tudo submerso. Betonámos sim no domingo. Correu bem para primeira vez. Hoje vi a previsão do tempo. Dão chuva a partir de sábado até quarta. Quarta é o dia da minha partida para Portugal… Vamos lá a ver o que isto dá. Para já o Messias quer betonar todos os dias até lá, para ver se consegue safar aquilo. Sempre que chove fica tudo cheio de lama. O Baltazar quer ir embora. Não admira. Estes gajos (Portugueses) dão cabo da paciência a um santo. Pássaros. Esta zona até Outubro é um espectáculo, para quem gosta de pássaros. Preciso de uma máquina com uma boa objectiva.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Os Deuses devem estar loucos

2ª Feira, 16 de Junho. Nesta noite de domingo para segunda, pude confirmar que os deuses devem estar loucos. Choveu inimaginavelmente. O vento soprou acima dos 100 km/h. As casas estremeciam a cada trovão. A quantidade de raios era tanta, que mais parecia dia. Pelas 3 e meia da manhã, quase todos os tugas estavam na rua. Aqui o céu cai-nos encima da cabeça, como os gauleses temiam. A horta do Lino ficou destruída. Os barrotes partiram e caíram. O muro caiu. Os cabos de suporte da rede quebraram. De manhã saí com o Messias e o Rafa. Chegar à cidade foi difícil. A obra estava porreira. Parecia que lá chovera pouco. O Zé começou a trabalhar pelas 8 e meia. Fui à zona de Moudji. No local mais difícil até Gouraye. Tudo OK. Pouca água. Vim à base buscar o Gregório. Vai trabalhar para a obra do Senegal. Levei também a Kim. Vai para Rosso. Cheguei a Gouraye e toda a gente começou a perguntar pela minha saúde. Voltei rápido a Selibaby. Só o tempo de tratar do barco e pedir o carimbo no passaporte do Gregório. Em Moudji já passei com água à altura do capo. Até à base tudo bem. À noite jantar em casa. Fez o Messias. Muito bom. Feijoada à brasileira. Com feijão preto. Farofa. Couve de manteiga (frita). Noite porreira. O cozinheiro Álvaro, viveu muitos anos no Vale da Serra. É amigo do Joaquim Alberto. O mundo é pequeno.
6ª Feira, 20 de Junho. Ontem a Joni fez uma piza em nossa casa. Serviu para alegrar a desfeita dos alemães, no Euro 2008. Hoje dia em Bakel. Despedida de Bakel para a Joni, o Nick, a Amanda e a Caren. Quando escrevo, o Messias está a preparar o lume para assar carne para o jantar. O Hassane apareceu-me de Bubu para buscar a cerveja que lhe trouxe. Amanhã às 6 da manhã começa a betonagem da placa do Radier. O Betão de limpeza está pronto.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Carimbos

5ª Feira, 12 de Junho. Ontem voltou a chover, mas, desta vez pouco. Na 2ª Feira fui buscar o Rafa a Bakel. Trouxe os carimbos para a polícia de Gouraye. Ficaram todos contentes. Trouxe-me pão de milho e azeite Português, fiz umas couves com feijões, à moda de Riachos, ficou tudo a chorar por mais. Com a chuva finalmente o pessoal percebeu que tinha que defender a obra. As melhorias vêem-se. Estou com uma constipação do “caraças”. Fico lixado quando estou doente. Ontem começou o betão de limpeza no Radier do pk 10. Tivemos que parar por avaria da central de betão. Na minha horta já nasceram as cebolas, os rabanetes e as cenouras, mais pepinos, melancias, courgettes e milho. Já começo a pensar na viagem para Portugal, faltam pouco mais de duas semanas. No Euro 2008, as coisas vão bem para nós. Até ver…

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Crivo, Viatura do moi e Oued Salem




Podemos ver o crivo na nossa montanha de brita natural. O meu carro após deslocação à obra no dia da chuva. O Oued Salem, cortado pela primeira vez este ano. Esta é a estrada Nacional que serve Selibaby.

Finalmente a chuva

Domingo, 1 de Junho. Finalmente chegou a tão esperada “Ivernage”. Para primeiro dia de chuva não foi mau. 40 l/m2, da meia-noite às seis da manhã. O pó acabou. A obra não parece a mesma, água por todo o lado. Já há muita gente atascada. Os oeds que ainda ontem estavam secos, hoje parecem rios caudalosos. Por muito que veja isto, continua a surpreender-me. Durante a semana fui 5 vezes a Bakel. Na terça levar o Dr. José Manuel e o Eng. Gaspar. Na quinta levar o Rafael. Na sexta fazer a nossa voltinha. Ontem o Mário disse-me que a carrinha do Rafael tinha a junta da cabeça queimada. Tinha-a emprestado na quarta… Na sexta à noite, nova aquisição para a nossa horta, bananeiras. Semeei cebolas, cenouras, rabanetes e morangos. Já tinha semeado melancia, pepino e courgettes. Roubei alfaces ao Baltazar, e plantei-as no meu “Jardin”. O Baltazar vai na quarta e começa a ficar à rasca. Se chove mais, como vai chegar a Bakel? O crivo veio finalmente para baixo, começou a trabalhar no sábado, ontem. Tivemos que parar o betão por falta de brita. O João consegue ir e vir a Nouakchott buscar cimento em dois dias, depois o camião fica quatro dias na oficina…
3ª Feira, 3 de Junho. Com a chuva vieram os insectos. São milhões. Pequenos. Grandes. Brancos. Pretos. Redondos. Bicudos. Pernilongos. Gafanhotos. Grilos. Safa. Não podemos acender as luzes lá fora, à noite. A humidade, associada ao calor, abafa. A paisagem muda a cada hora. A cor mudou de castanho avermelhado para verde em dois dias. Parece que vemos a erva a crescer. Tratei da viagem do Baltazar, com o Thenoi. Esqueceram-se de tratar das coisas a tempo. (Onde já vi isto). E fui eu que resolvi. Amanhã vou levar o Baltazar a Bakel, lixa-se que vai ter que pagar uma fresquinha. Comemos uns pepinos da horta do Baltazar e do Lino. O Messias está em Nouakchott à espera de transporte. Ontem o Moussa, veio ter comigo aflito, a sua mulher veio de Dakar e estava em Gouraye, há mais de 24 horas, à espera de transporte. Fui lá num instante, a senhora foi muito simpática. Estava “hospedada” em casa do Ndjaie, que me fez uma festa quando me viu, ele, mais o meu “grande” amigo Alpha. Antes de ontem, bebemos uns copos valentes, eu, o Pedro Batista e o Hassane, e este último foi de gatas para casa. Toda a gente me pergunta o estado do tempo. Sou eu o meteorologista de serviço…

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Visita do Rodrigo

Domingo, 25 de Maio. Feriado na Mauritânia. Dia da União Africana. O Rodrigo veio passar o fim-de-semana connosco, trouxe o Freitas. Coitado, está desanimado. Os primeiros tempos aqui são lixados. Fui a Bakel na sexta, para reaprovisionamento. Eu mais o Zé Manel demos um mergulho no Rio Senegal, ele comprou peixe, que ainda estava aos saltos. Mais fresco não há. Bela jantarada, já com o Rodrigo, no nosso anexo. Apanhei um pifo. No sábado, fui mostrar a obra aos colegas de Kaédi. Ficaram malucos com a nossa montanha de brita. Não é de admirar, ainda hoje oito meses depois da primeira vez que lá me desloquei, fico admirado como a natureza pode fazer tal coisa. Um monte de brita, pronto a utilizar, é de quem primeiro pegar. Depois fomos a Bakel. O Rodrigo nem trouxe passaporte. Nem foi preciso. Deu espectáculo no Chez Marie Jeanne. Leu a sina a alguns senegaleses. Todos queriam saber o que o Toubab dizia deles. Bons momentos. Hoje depois de ver uns projectos de pontes, de manhã, cavei um pouco na minha horta. Agora tem um aspecto esplêndido. Cobertura com rede sombreadora. As couves já têm uma dimensão considerável. Começa a parecer-se com alguma coisa. O avô Pereira devia gostar de ver, que um neto, mesmo longe de casa, em condições muito desfavoráveis, consegue fazer uma horta.

domingo, 18 de maio de 2008

O Sporting ganhou a Taça

Domingo, 18 de Maio. Reunião com Mr. Niang, na MDC, em conjunto com Jamaldine e Messias. Correu muito bem. Definimos os procedimentos para o futuro. Assim dá gosto. No segundo dia de betonagem acabou o cimento. Creio que ainda virei a saber o que esta empresa quer de nós. Não acho normal, serem os trabalhadores a forçar a administração para poderem trabalhar… Falei para casa, desabafei. Estou melhor. Cedi dois javalis à Narest, vão para Mbout. O Diarra e o Diabira, falaram comigo, sobre a possibilidade de fazer o APD (estudo prévio) de uma estrada entre Gouraye e Diagili. Vamos ver o que dá. Estou a escrever no dia em que o Sporting ganhou a taça de Portugal ao FCP, por 2-0. Estou a ouvir Pink Floyd. A beber um copo de Grant’s. Estou certo que superarei esta crise, ficando mais forte para o futuro. O Xavier diz que está feio, tem mais um dente a cair. O concerto da Inês correu bem. Vão-mo mandar pela net. Tal como o ar aqui ficou mais claro depois de uns chuviscos, creio que para mim o dia estará radioso amanhã. Bem hajam.

sábado, 17 de maio de 2008

Semana estranha

Sábado, 17 de Maio. Estranha semana, esta. Estou na antecâmara de uma depressão. Ainda hoje atirei o telemóvel ao chão, partindo-o. Chatices por todo o lado, aqui na base. Não posso aturar mais o João. Quando bebe fica impossível. Na quinta chateei-me com o Mamouni, estes gajos da fiscalização, não existem, não tenho mais pachorra. Na sexta não fui a Bakel com o pessoal. Parti sozinho, à descoberta. Tinha visto no Google Earth um acidente geográfico, aqui no Guidimaka, o Massif de Mballou. Saí sem GPS e sem mapas, claro que não há estradas para lá chegar. Saí na direcção que me parecia a mais correcta, após alguns, poucos, quilómetros vi por cima das nuvens, como uma bruma, uma montanha, sobre as montanhas. Estava na direcção certa. Fiquei absorto com a beleza do local. Estou certo que as fotos não fazem justiça ao maciço. Comecei a subi-lo, após algum tempo, realizei que estava só, não tinha dito a ninguém onde ia, era a primeira vez que procurava tal local. Voltei a Selibaby, com a certeza que arranjo argumentos para explicar ao pessoal porque devemos subir o Massif. Não me enganei, fizemos um petisco em casa, e toda a gente ficou contagiada com a minha explicação, querem ver com os seus olhos, aquilo que conheceram pelas minhas palavras. Hoje acordei bem disposto, finalmente começou o betão. Quando ficou claro que ia mesmo começar, fiquei satisfeito, lembrei-me de El Houari, partiu à duas semanas não chegando a ver o fruto do seu trabalho. Quando sem explicação atirei o telemóvel ao chão, senti-me mal. Algo está mal dentro de mim. A ausência de casa e da família, por vezes, nota-se da pior maneira. Falta-nos o equilíbrio. Tenho que voltar ao estado tranquilo ocupado nos últimos tempos. Por vezes não me compreendo. É como um outro eu, que por vezes se revolta, como querendo destruir aquilo que tanto trabalho me deu a preparar. Estou com saudades de casa. Estou só. Mesmo quando como agora, tenho gente a rodear-me que me trata bem, com respeito, e com amizade. Melhores dias virão.

Massif de Mballou




Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...