domingo, 23 de novembro de 2008

Mauritânia de A a Z

a. Areia. Está presente em todo o lado. Tempestade de areia. Água. Aprendemos a dar valor à água. Sem ela não há vida.
b. Barco. É como passamos para o Senegal. Bakel. Cidade no Senegal, onde vamos às sextas, beber cerveja. Burros. São milhões aqui. Brousse. Zona semi-desértica onde nos encontramos.
c. Carros. Em Selibaby quase todos, são Mercedes. Cabras. Penso que são maioritárias na Mauritânia. Cerveja. Fazemos cerca de 100 km para beber uma. Chá. Aqui bebe-se chá umas dez vezes por dia…
d. Deserto. A maior parte da Mauritânia pertence ao deserto do Sahara. Diagili. Cidade junto ao rio Senegal. 95% dos habitantes têm nacionalidade francesa. Quase todas as casas têm painéis solares.
e. Exército. Só ultrapassados em número pelos polícias.
f. Fleuve. O rio Senegal é o único da Mauritânia. Chamam-lhe simplesmente, fleuve.
g. Garage. Local onde se apanham os transportes, aqui constituídos por jipes, normalmente de caixa aberta e apelidados de Taxi brousse. Gouraye. Término da nossa estrada. Fica junto ao rio Senegal, na fronteira com o Senegal. Local onde passamos a fronteira.
h. Hassanian. Uma das etnias do país. São os mouros. Detentores do poder.
i. Irmãos. Aqui todos têm pelo menos 10.
j. Jardin. Nome para a nossa horta.
k. Karakoro. Oued que faz a fronteira com o Mali. Kaédi. Local da base da Tâmega. Primeiro estaleiro onde estive. Onde termina o asfalto.
l. Lei. Aqui existe apenas uma ideia do que isso seja.
m. Mali. País vizinho. Fica a cerca de 50 km daqui. Mballou. Montanha a cerca de 20 km de Selibaby.
n. Nouakchott. Capital. Local onde habitam cerca de 1/3 dos mauritanos.
o. Oued. Curso de água. Difere de um rio, porque não tem nascente. Só tem água na época das chuvas. Ovelhas. Há milhões por aqui. Ouguya. Moeda local.
p. Polícia. Omnipresente. Há muitos e por todo o lado. São normalmente simpáticos connosco. Pular. Uma das etnias do país. Peace Corps. Americanos, jovens, idealistas. São nossos amigos. Cerca de cem na Mauritânia. Pá e Pica. Como se abrem valas aqui. Pó. Só pára na altura das chuvas.
q. Qualquer ocasião é boa para matar um carneiro, por aqui tudo se festeja desta forma.
r. Radier. Forma de as estradas atravessarem linhas de água. Difere de uma ponte porque não tem pilares. A água passa por cima. Rãs, são milhões, nunca vi nada assim.
s. Soninke. Uma das etnias do país. Selibaby é terra soninke. Senegal. País vizinho, fica a cerca de 50 km daqui, já lá fui mais de 50 vezes. Selibaby. Capital da província de Guidimakha, onde fica a nossa base.
t. Táxi Brousse. Transportes públicos na Mauritânia. Toyota. Os 4x4 são quase todos desta marca.
u. Ultimo modelo de telemóvel. As pessoas podem não ter casas, mas têm os telemóveis mais recentes, bem como parabólicas e TV’s…
v. Vacas. Milhões por aqui.
w. Wolof. Uma das etnias do país. Maioritária no Senegal. Walli. Governador.

x. Xisto. A maioria dos montes aqui é de xisto.
y. Yacoub. Nome do nosso Eng. De Ambiente.
z. Zénégué. Localidade a 10 km de Selibaby.

Golpe de Estado, Pensamentos

23 de Novembro de 2008, Domingo. Hoje dei comigo a pensar que há coincidências incríveis nesta vida. Se não vejamos. No inicio de Agosto, houve um golpe de estado aqui na Mauritânia. Uma das razões porque houve apoio aos golpistas foi o descontentamento com a carestia de vida, recorde-se que, em Julho o petróleo atingiu o preço de 157 dólares, agora está a 50. O açúcar baixou para metade. A farinha idem. A Ouguia (moeda local) valia 1 para 360 em relação ao Euro, agora vale 1 para 300. Ou seja, estes gajos fizeram o golpe, na altura exacta. A população acredita que foi o novo governo que baixou todos os preços, subiu o valor da sua moeda e pôs os estrangeiros (leia-se União Europeia) na linha, não querendo saber das ameaças… Em Portugal quando foi o 25 de Abril, estalou a crise do petróleo, as taxas de juro subiram e ainda hoje temos temos contas para pagar…

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

De Volta a M'ballou seis meses depois (2)

Neste maciço espectacular, situado a 20 km da nossa base em Sélibaby, restam muitos macacos, revelaram-se muito curiosos e prudentes, seguindo-nos mas à distância. Também pudemos observar muitas aves, de que esta águia é um exemplo.



Mamã com bebé às costas. É uma cena muito normal aqui. Mesmo entre macacos. Finalmente cheguei ao topo. Consegui. Cerca de uma hora foi o tempo gasto para subir. Parabéns Xavier.





De Volta a M'ballou seis meses depois (1)

Podemos ver, primeiro o que me esperava. Depois já algum caminho feito. O que ainda faltava. E alguns companheiros de percurso, muito ruidosos por sinal. Há já seis meses que esperava esta ocasião, subir o Massif de M'ballou. Nada melhor que o dia do 8º aniversário do Xá para finalmente concretizar essa subida. Valeu a pena.














sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Halloween

7 de Novembro de 2008, 6ª Feira. Desde o meu regresso a 15 de Setembro, foi a primeira sexta-feira em que não fui a Bakel. Eu gosto de ir sossegado e ultimamente as sextas têm sido tudo menos sossegadas. Muita gente = muita confusão. Fiquei a descansar. Soube-me muito bem. Estava a precisar. Reguei bem a horta. Vi uns filmes. Ouvi umas músicas. Dormi uma sesta… e parece que escolhi bem o dia de não ir a Bakel.
Esta semana foi gira. Na sexta-feira passada fui a Bakel e depois fui para casa da Kim, para festejar o Halloween. Vesti o meu bubu branco, com o meu hadj branco e fiz uma entrada triunfal, a Puppy, nem me reconheceu à primeira. Logo após a minha chegada participei num concurso de comer donuts rapidamente, presos por um fio e sem poder tocar com as mãos. Fiquei em segundo. O Levin foi mais rápido. Depois fizemos equipas para construir uma “Jack-o-Lantern”, aquela abóbora com uma vela no interior que se vê nos filmes americanos do Halloween. A minha abóbora ganhou o primeiro lugar, a Sari foi a minha companheira de equipa e apenas nos conhecemos neste dia. No dia 4 de Novembro, a Kim convidou-me para festejar com os voluntários a eleição do presidente. Parabéns para eles, pois quis-me parecer, que ou eram todos apoiantes do Obama ou quem não era não se manifestou. Com a Kim tenho grandes discussões sobre política e sobre Portugal, que eu defendo com unhas e dentes, dizendo-lhes que tudo teve a sua origem em Portugal. Ela delira com os meus argumentos apelidando-os de “Shit talk”. Dos novos voluntários que chegaram este verão, a Shelby mostra-se interessada e com argumentos para estas discussões.
Quanto à minha vida aqui, tem altos e baixos. A dias onde só me apetece ir embora, seguem-se outros em que me sinto útil, integrado e em que posso fazer alguma diferença. Os trabalhos ganharam algum ritmo (finalmente). Vamos ver se é para continuar.
Chegaram hoje os projectistas, aqui a Selibaby. Amanhã vamos ter muitas coisas para conversar.

Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...