segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Equipa de topografia


Equipa de porta-miras, do moi. Sow, Brahima, Heiba e Maktour

Anos do Aires

3ª Feira, 20 de Novembro. Logo de manhã vou marcar as pontes de Moudji, agora já está tudo, podem fazer as sondagens à vontade. Depois de almoço, fico na base com o Luís para ver se conseguimos deixar as coisas mais ou menos. Começamos a preparar tudo mais o Aires, quando chega o Jamaldine a pedir para ir com ele fotografar o D8 ao aeroporto, lá vamos também é perto e não custa nada. Depois das fotos pediu-me para ir com ele à obra, e as horas a passar, chego à base já são quase 6h, fui pedir o jipe ao Houari e arranquei para ir buscar os amigos americanos, vieram 9. O Messias estava fulo por ter chegado e apanhar a casa fechada, faltarem os espetos, a cerveja não estar fria… tudo se resolveu a bem. A festa foi excepcional. Só me deitei por volta das 3h, depois de longa conversa com a Amanda. Quem havia de esperar vir para um fim do mundo destes e encontrar malta tão porreira. Posso-me considerar um homem feliz, tenho amigos verdadeiros, até aqui. E finalmente dormi bem.
4ª Feira, 21 de Novembro. Ir à obra dar um apoio ao Zé Manuel, ver como estão as coisas e esperar que isto comece a aquecer. Mais uma noite bem dormida, só acordei com o despertador e ainda me apetecia mais.
5ª Feira, 22 de Novembro. Mais uma manhã a acompanhar o Zé Manuel, o gajo não consegue fazer nada do operador da niveladora, que é só a máquina mais importante da obra. Hoje foi o dia do “Thanks Giving” feriado importante na terra do tio Sam, os Américas convidaram-me para jantar e lá fui eu. Noite bem passada, boa conversa, boa música, bom vinho – trouxe o Silvain – e eu fartei-me de dançar.
6ª Feira, 23 de Novembro. Fui mostrar as localizações das sondagens ao Houari e à equipa que as está a fazer, das pontes de Moudji. Ligou o Messias a dizer que tem a carne já temperada para o jantar de amanhã.
Sábado, 24 de Novembro. Trabalho de manhã, despachei o que havia e da parte da tarde preparei as coisas para o jantar. Belo jantar, feito pelo Messias. Quando chegou fui com ele comprar carne num “talho”, com 1 milhão de moscas por m2, mas estava boa. Casa cheia outra vez. Fiz a receita do Michel, “Pommes de Terre au Papillon” ficaram boas. A Madame Imane gostou, bem como os outros, para além dos marroquinos e do pessoal da casa veio o Baltazar e a Caren e a Amanda.
Domingo, 25 de Novembro. Dia de memórias em Portugal. Já faz 32 anos. O tempo passa. Aqui foi tempo de ir a Bakel. Eu, o Aires, o Luís e o Messias. Às 9h30m estávamos a pedir a 1ª Flag grande. Quando fomos trocar dinheiro, o Ahmed não estava e o funcionário dele não esteve à altura. 1 Hora à espera e não conseguiu trovar Ouguias por Francos, esteve quase a dar molho. Fomos ter com o Malik, que resolveu o problema. É a nossa salvação em Bakel. Bendita Guiné. Saímos cedo, às 15h estávamos junto ao rio. O nosso barco estava a descarregar a carga, esperámos ainda algum tempo e depois saímos, já com o barco carregado de gente que aproveitou a nossa boleia. Já deste lado, saímos com o Messias à frente. Depois de Boutanda, ia mesmo atrás dele, a nuvem de pó pairava no ar, não se via quase nada, o Aires disse “não foi aqui que ficámos à duas semanas?” e pumba, voltámos a ficar presos na areia. Desta vez foi difícil sair, demorámos muito. Quando conseguimos sair, andámos 3 ou 4 km e disse o Aires “não era por ali?”, pumba outra vez atascados. Ele disse que não voltava a falar até ao fim da viagem. Mas dali não conseguimos mesmo sair. Após uma hora de trabalho árduo, sem resultados, vi um camião e corri a pedir ajuda. O tipo tirou-nos num instante. Agradeci-lhe e ele respondeu-me, “fiz isto pela Mauritânia, sei que estão aqui para ajudar.” Inch Alá. Quando cheguei a casa fiz esta cara de chateado, que assustou quase toda a gente, o sacana do Messias, disse, outra vez, que Deus é grande. E deve-se pagar nesta vida todas as dívidas. Quando chegar a sua conta, quero ver o que vai dizer.
2ª Feira, 26 de Novembro. Tal como prometido, entreguei as medições ao Jamaldine. Consegui, porque o Hassan, nosso novo chefe de laboratório, felizmente, não tinha o computador ligado, na noite da desgraça. E o carregador dele é de 19v, como o meu. Fui jantar a casa do Nick, bebemos umas garrafinhas do Silvain, e foi uma noite agradável.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Casa nova

2ª Feira, 12 de Novembro. Acordei com a boca a saber a papéis de música. Bebi litro e meio de água, logo de manhã. Não vou aos treinos, e depois … Fui mostrar ao Jamaldine o desvio acordado com o Niang. À tarde voltei aos offset cheguei ao 13+500.
3ª Feira, 13 de Novembro. Saí de casa para ir buscar o meu pessoal e a carrinha começou a falhar, depois de apanhar o Maktour já só andava em 1ª e 10 km/h. Parti para a base e ainda dentro da cidade parou 3 vezes. Na base o mecânico viu o filtro e este estava completamente entupido. Comprei um novo, por 6€. Fui mostrar o Toutvenant ao Jamaldine, vi-me aflito para dar com o local, mas acabei por encontrar um caminho novo, para lá chegar, muito bom. Entretanto o Jamaldine e o Niang chegaram a um acordo para aprovação do projecto e poder dar início aos trabalhos. Andei para trás e para a frente até ter o documento assinado. Quando cheguei a casa a carrinha parou outra vez.
4ª Feira, 14 de Novembro. Pelas 8 horas da manhã liguei para o Xavier, para lhe dar os parabéns, pelo seu sétimo aniversário. Custa estar longe. A carrinha teve que ser rebocada para a base. Levámos o equipamento para a obra e esta começou. Finalmente. Começámos ao Pk 3100. O Niang, pediu-me para alterar o projecto na zona do Pk 2700, para evitar uma casa. De caminho acordámos também alterar o eixo no Pk 13400, para salvar um grande Baobab, com cerca de 10 metros de perímetro, achei que seria um crime não o fazer. Fiz as primeiras fotos da obra. Estava o pessoal todo contente.
5ª Feira, 15 de Novembro. Finalmente tenho a carrinha reparada. Está a andar bem agora e com todas as luzes. Na zona já decapada recoloquei algumas estacas que tinham sido arrancadas. Implantei a alteração do Pk 2+700. O Niang gostou. O dono da casa, esse, então rejubilou. Nunca esperou que alterassem o projecto para lhe salvar a casa. Há dias de sorte.
6ª Feira, 16 de Novembro. Dia de visita. Hoje o pessoal da União Europeia veio ver a obra. Estavam à espera de encontrar um bando de atrasados mentais, mas lixaram-se. O estaleiro está a ficar bonito. Tem boas condições, já lá está muita gente a viver. A Obra começou e tem bom aspecto. Quem pareceu que não gostou foi o Carlos Cunha… O Belga da União Europeia, disse ao Michel que vai voltar e trazer cerveja belga com ele, gostou de ver como foi empregue o dinheiro que tem a seu cargo.
Sábado, 17 de Novembro. Finalmente mudámos para a nossa casa. Depois de almoço, mudámos tudo para a Base. Chegou a internet móvel. Só a minha não funcionou, é do Vista. Começa a tomar forma, o local onde passaremos dois anos.
Domingo, 18 de Novembro. Dia de Bakel. Saímos pelas 8h. Finalmente pude mostrar a planta que tanto me fascinara, um arbusto que parecia seco e está agora cheio de flores rosa. Parámos todos para tirar fotos. Levei o nosso canalizador, um togolês, foi comprar artigos que não se encontravam em Selibaby. Passámos o dia no Chez Jeanne. Apareceu lá um chato, cristão, que parecia que me queria converter. Disse que em Bakel há aulas de português no liceu, e domingo próximo, vai lá levá-lo para nos apresentar. Para cima viemos sete na minha carrinha, Eu, o Luís, o Zé Manuel, a Joni, a Karen, a Chauncey e o nosso togolês. Mais a carrada de estacas. Pronto agora é que é, temos carta-branca e mais não digo… Chegou o projecto das obras de arte, disse ao Houari que às sete da manhã, pode ter a certeza que a primeira estará marcada.2ª Feira, 19 de Novembro. 4h30m, despertar. Arrancar na direcção de Mbout. Às sete a OA16, estava marcada. Pelas 11h30m estava de volta a Selibaby, os projectos que tinha, estavam marcados. Depois de sair o Jamaldine trocou comigo, ficou com o cartão PCMCIA e deu-me a placa USB. Finalmente tenho internet. E funciona. Ainda me surpreendo neste país. Falo então para casa, pelo Skype. Está lá uma grande trovoada e frio. Falta lá a luz. Aqui estão 38 graus. Amanhã é a festa dos anos do Aires.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Carta do Governador

5ª Feira, 8 de Novembro. Atravessámos uma zona muito complicada, a erva seca tinha cerca de 2 metros de altura, o Mamouni vinha logo atrás e levantou os perfis à medida que nós marcávamos. Chegámos ao 10825. Comecei o levantamento do terreno para a alteração da variante a Selibaby.
6ª Feira, 9 de Novembro. Acabei o levantamento da variante. Depois com o Houari e o Zé Manuel fomos com o Niang e um representante do governo ver o desvio que teremos que fazer para passar de estaleiro para a obra. À tarde com o Houari e o Luís fomos ver um empréstimo, o Houari deixou o carro cair num buraco muito grande, mas conseguimos sair de lá.
Sábado, 10 de Novembro. Fiz uma proposta ao meu pessoal, quando tivéssemos 2 km marcados o dia estava ganho. Acabámos às 12h45m. Nunca tinha visto mauritanos a correr… À noite o Mamouni veio com uma carta, escrita em árabe. Disse-lhe que conseguia ler apenas a data. Ele respondeu que a carta era para mim e não para outro responsável da empresa. Pedi ao Houari para me ler o que estava escrito. A carta estava dirigida ao comissário da Polícia de Gouraye, para nos facilitar a passagem de, e para Bakel. Chegaram os AFA’s de Kaédi. Mais o Messias, porque amanhã é domingo.
Domingo, 11 de Novembro. Dia de S. Martinho. Saímos cedo para Bakel. O Messias ia à frente a fazer pó e eu atrás. Depois de Boutanda, ele seguiu por um caminho e eu por outro. Passado algum tempo ligou o Luís a perguntar por nós, mas estávamos muito à frente deles. Chegámos a Gouraye e eu muito contente, fui ter com o Chefe da polícia, dizendo-lhe que era portador de uma carta do governador para ele. Pediu-me a carta procurei por todo o lado e não achei. Logo de manhã a primeira coisa que fiz foi uma cópia da carta, para memórias futuras. Deixei a preciosa carta em cima da secretária. Felizmente já tinham telefonado para Gouraye a avisar da nossa chegada com a tal carta. Mas devo ter feito uma cara de parvo de todo o tamanho. Depois fui falar com o director da alfândega, agora já sabendo que não levava a carta. Mas foi cinco estrelas e chegámos a acordo. Temos via verde. O Luís e o Messias nunca mais chegavam, decidimos seguir. Quando eles chegaram ao Chez Jeanne, estavam pior que estragados connosco, mas não podíamos falar com eles porque nenhum tinha rede. Ficaram atascados na areia e o Luís teve que andar 6 km a pé para pedir ajuda. O Messias rogou-me uma praga. Na volta, enquanto fui ter com o Malik, para buscar as estacas, os gajos vieram embora. Ficaram a Karen e o Aires à minha espera. Em Gouraye um polícia pediu-me transporte para uma mulher, para Boutanda. Andámos uns 3 km e fiquei preso na areia. Toda a gente a tirar a areia debaixo do carro e lá saímos. Deixámos a senhora e pouco depois voltei a ficar preso na areia. Desta vez foi mais complicado e demorado, mas lá saímos. Não tinha água. A boca começava a latejar. Perdi a concentração e o norte, porque já fiz umas 10 viagens destas e nunca me tinha perdido. Fez-se noite. Uma simples viagem que demorou 1 hora para baixo, demorou muitas para cima. Nunca mais achei o caminho, chegámos muito tarde e cheios de pó. Ainda havia um restinho do cabrito do messias, vá lá. Mas o “sacana” quando ouviu a nossa história só dizia, Deus é grande. Tomei um duche. Fui comer e acabei por beber um pouco demais.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Bolo de Chocolate

6ª Feira, 2 de Novembro. Mais um dia no campo, a marcação correu muito bem, já estão marcados 5 km. Não é por mim que a obra não começa. Fui comprar tomadas com o Zé Manuel, para colocar no meu quarto, pois a quantidade de equipamento é muita.
Sábado, 3 de Novembro. Levantar cedo dá saúde e faz crescer, era o que se dizia, pois devo estar cheio de saúde. Hoje às 6 h já estava a caminho. Cheguei à OH 16, perto de Mbout às 8h. O Carlos e o Sérgio chegaram apenas às 9 porque tiveram um furo pelo caminho. Fizémos os levantamentos todos que a Norvia pediu. Cheguei cedo a Selibaby, pelas 14h. O Sy apareceu a dizer que a dor que o apoquenta não passou com os comprimidos que o médico lhe receitou e queria ir a um curandeiro tradicional. Perguntei-lhe se sabia onde era, não, mas havia um tipo lá no estaleiro que sim. Fomos ao estaleiro procurou o tal tipo, foi-nos então indicar o caminho. Caminho é uma forma de expressão, porque se há coisa que não existe para tal lugar é caminho, nem trilho. Depois de muito andar o gajo lá disse que estávamos perto, e chegámos a um Oed onde não havia passagem, deixei lá o Sy.
Domingo, 4 de Novembro. Para não variar, levantámo-nos às 6h, que o dia ia ser longo. Como combinado com o Hassan, fomos para a frente do posto da polícia junto à Willaya. O Vadel nunca mais chegava. Liguei para o Hassan, ele disse que o amigo estava quase a chegar, tinha acabado de lhe falar. Depois de muita espera e muito telefonema, fomos buscar o Hassan, para nos levar à casa do Vadel. Afinal o Hassan percebeu mal, o Vadel esteve à nossa espera uma hora junto ao comissariado da polícia, que era noutra parte da cidade. Fomos buscá-lo e partimos para Diagili. Saímos de Selibaby pelas 8h30m, às 9h30m estávamos a chegar à cidade onde o Vadel era o comandante da polícia. Não estava à espera de encontrar nos confins da Mauritânia uma terra tão arejada, soube que tinha sido habitada pelos franceses. O chefe da alfândega chamou-nos uma piroga, atravessámos para Koeni, no Senegal, aqui não há polícia, entrámos no Senegal sem mostrar um único documento. Apanhámos um táxi para Bakel. Chegámos à Chez Jeanne antes do pessoal que veio directamente para Gouraye. Encomendei as estacas ao Malik e partimos no nosso táxi com todo o material. O pessoal de Gouraye não levou nada. Chegámos a Diagili e fomos muito bem recebidos, não olharam para nada, a Karen voltou connosco e ninguém ligou. Trouxemos um polícia para Selibaby, o que se revelou seguro porque me corrigiu a direcção duas ou três vezes.
2ª Feira, 5 de Novembro. Às 6h30m, liguei para a Joni, para saber quem me iria fazer o bolo de chocolate. Não atendeu, deixei mensagem. Mais um dia no campo a marcar offset. O Alsam deixou cair o GPS, com a brincadeira, fiquei pior que estragado.
3ª Feira, 6 de Novembro. O Alsam ficou a guardar a base do GPS. Fiz uma coisa que não devia, deixei a chave na ignição. O gajo resolveu abrir a porta da carrinha e deixou-se ficar com a mão encostada, veio uma rajada de vento que fechou a porta e lhe entalou o dedo. Para me ir dizer que tinha o dedo entalado, deu-se ao trabalho de fechar os quatro vidros e as quatro portas. Quando dei por isso estávamos a 10km de Selibaby com a carrinha trancada e sem rede de telemóvel. O Maktour foi a correr pedir um arame a um camião que passava. Surpreendentemente coloquei o arame pelo meu vidro, que felizmente tinha ficado com um bocadinho aberto e abri o carro à primeira. Não comi o almoço. Recusei. Galinha cozida com arroz branco, pela enésima vez, é de mais. À tarde estava pior que estragado, ligou a Karen a dizer que seria a Kim a fazer o meu bolo de chocolate. “Convidou-me “ para jantar com eles. Fui buscá-la e à Kim ao Restaurant de L’Hopital. Fui à casa de Mr. Muller, que simpaticamente me dispensou três garrafas de vinho. Muito bom, como viria a verificar. Chegámos à casa da Joni e do Nick, toda a gente foi muito simpática para mim. Jantámos, depois chegou a Amanda com o Silvain, um francês. O pessoal adorou o vinho. Eu adorei o bolo de chocolate. Nunca pensei estar com tantas carências, para ficar tão radiante com um bolo de chocolate. Quando cheguei a casa o pessoal estava preocupado com a minha ausência do jantar, o Luís foi buscar uma garrafa de whisky, que eu fiz o obséquio de beber até à última gotinha. Afinal o dia que tinha começado tão mal acabou em beleza.
4ª Feira, 7 de Novembro. Fui buscar o Alsam e disse-lhe que a partir de hoje ele ficaria a trabalhar no estaleiro, depois fui buscar o novo elemento, parente de Niang. O Alsam não quis ficar a trabalhar no estaleiro, recusou, deve pensar que é importante. Pelas 11h levantou-se uma grande ventania e a quantidade de pó no ar era enorme, parámos a marcação no PK 9650, já temos 7km marcados. À tarde deixei-os a pintar estacas. O nosso T4, já chegou e começou a ser montado. Vai ter churrasco e tudo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Santos e lorpas

3ª Feira, 30 de Outubro. Dia no computador com o João do outro lado para verificarmos o que se podia fazer, com as poligonais. No final do dia chegámos à conclusão que teria que voltar a fazer tudo de novo, com os ficheiros de conversão que a Topgomes me enviou. Preparei a obra para marcação de offset.
4ª Feira, 31 de Outubro. Mais um dia com problemas para dormir, acordei às 5 da manhã. Só que desta vez com a solução para o problema das poligonais. Fui para o computador e resultou. Às 7 e meia fui buscar o pessoal e fomos para o campo. Começámos a marcar em grande estilo e por volta das 10 o Alsam partiu o cabo da marreta. Tive que ir comprar um novo, só havia redondos e fomos a um menuisier para o ovalar. Ao chegar a casa estava lá o Niang, com o CD que eu gravei com o eixo da variante para lhe explicar, pois ele ia partir para Nouakchott, para o ministério, para aprovação do traçado. Mesmo assim conseguimos marcar 1400 metros de offset.
5ª Feira, 1 de Novembro. Dia de todos os santos, dia de trabalho aqui. E muito. Marcámos 1800 metros de offset, os gajos estavam todos rotos. Porque todas as estacas precisam de guilho antes. Ligou-me o Jorge, tal como antevi há uma semana, a Norvia, não vai levantar o GPS da alfândega em Nouakchott, pois um milhão e meio de Ouguias é muito dinheiro (4500 €) para trabalhar dois ou três dias. O Carlos Dias está há duas semanas em Kaédi sem nada para fazer. Queria que eu lhe emprestasse o meu GPS no domingo, para ele fazer a completagem dos levantamentos que faltam. No domingo não, vamos a Bakel, mas como isto aqui está controlado, vou lá no sábado. Porque eu não sou mau diabo, só não gosto que me tomem por lorpa.

Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...