sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Like a waterfall

 

Anger
Pain                      
Stranger
The brain
Very slowly
Choking at first
Suddenly, millions of memories fall over her like a waterfall
So many feelings, tastes, smells, colors
So bright, it is like you trying all
Same time
Wine, beer, bourbon and rum
When you just wanted
To feel the drum
Focus
Explosion of colors
Focus
Big bang
When am I?
Torrents unseen
Stop!
Who am I?
Do you think I’m crazy?

Luís Pereira

domingo, 12 de janeiro de 2014

Quando amanhã começar sem mim

Quando amanhã começar sem mim,
E eu não estiver lá para ver,
Se o sol nascer e encontrar os teus olhos
Cheios de lágrimas por mim;
Desejo ardentemente que não chores
Como choraste hoje,
Enquanto pensavas nas muitas coisas
Que nunca pudemos dizer.
Sei o quanto me amas,
Tanto quanto eu te amo,
E sempre que pensares em mim,
Sei que também terás saudades minhas;
Mas quando amanhã começar sem mim,
Tenta entender
Que um anjo apareceu e chamou o meu nome,
E me levou pela mão,
E disse que o meu lugar estava pronto,
No céu lá nas alturas
E que eu teria de deixar para trás
Todos os que tanto amo.
Mas quando virei costas para partir,
Uma lágrima rolou-me dos olhos
Pois toda a vida pensei
Que não quereria morrer.
Tinha tanto por que viver,
Tanta coisa por fazer,
Que parecia quase impossível,
Estar naquele momento a deixar-te.

Pensei em todos os dias passados,
Nas boas e más notícias,
Em todo o amor que partilhámos,
No quanto nos divertimos.
Se eu pudesse reviver o passado,
Por um momento que fosse,
Dir-te-ia adeus e beijar-te-ia
E talvez te visse sorrir.
Mas foi então que percebi
Que isso nunca aconteceria,
Pois o vazio e as memórias
Tomariam o meu lugar.
E quando pensei nas coisas mundanas
Que poderia perder amanhã
Pensei em ti, e quando o fiz
O meu coração encheu-se de dor.
Mas quando cruzei as portas do céu
Senti-me tão em casa
Quando Deus olhou para mim e me sorriu,
Do seu imenso trono dourado,
Disse: «Isto é a eternidade,
E tudo o que te prometi,
Hoje a tua vida na terra pertence ao passado
Mas aqui vai começar de novo.
Não te prometo amanhãs
Mas este dia vai durar para sempre,
E uma vez que todos os dias são o mesmo,
Não tens por que chorar o passado.
Foste sempre tão fiel,
Tão confiante e tão verdadeiro.
Ainda assim houve alturas
Em que fizeste coisas
Que sabias que não devias.
Mas foste perdoado
E és finalmente livre.
E partilha comigo a minha vida.»
Assim, quando amanhã começar sem mim,
Não penses que estamos afastados,
Pois, sempre que pensares em mim,
Estarei aqui, no teu coração.


David M. Romano

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Inês

Depois do brutal rasgão na minh’alma, que considerava à prova de bala, ocorrido às primeiras horas deste ano de 2014, fomos objecto da mais espantosa acção de carinho, solidariedade, respeito, amor.
As manifestações espontâneas vindas de todas as partes, logo que foi pública a notícia da morte da “nossa” Inês, nunca serão esquecidas. Dar-nos-ão a força para continuar a caminhada por esta terra.
Os testemunhos de quem privou mais ou menos tempo com a Inês, alguns desde a creche, outros da primária, da secundária, do conservatório, mais recentemente da universidade, mas também das bandas filarmónicas, dos coros, das orquestras, grupos de gaiteiros e grupos de animação, tocaram o nosso coração.
A família por vezes não apreende o impacto que um dos seus tem na sociedade, não digo que seja o caso, mas algumas frases escutadas, durante os longos três dias entre o acidente e o funeral, tanto nos encheram de orgulho, como nos fizeram cair num pranto.

- A Inês não tinha 18 anos! Muita gente com o dobro da idade dela nunca chegará a viver o que ela já viveu.
- Hoje percebi que devemos aproveitar a vida ao máximo, enquanto podemos, pois nunca sabemos qual o dia do nosso fim…
- Do pouco que te conheci e falei contigo, sempre te achei uma "miúda atómica" tipo divertida etc., mas a vida traiu-te…
- Minha querida amiga e vizinha, dói (muito!) a ideia de que nunca mais nos vamos cruzar por Alcântara ou nos Riachos, que nunca mais me vais fazer rir com os teus comentários inesperados, que nunca mais me vais surpreender com os teus talentos: quer fossem na música, no teatro ou na cozinha! Guardo em mim as memórias dos momentos (e foram todos bons momentos!) e queria que fossem mais, muitos mais! Que tivesses ido mais vezes jantar lá a casa e que tivéssemos feito mais ateliês de teatro juntas! Agarrada à tua memória lembrar-me-ei sempre de outra singularidade tua, a cor que vias em mim: verde-lima! Obrigada por tudo, Inês!
- Ainda não acredito no que te aconteceu Inês Pereira... A vida foi mesmo injusta contigo meu anjo, levou-te cedo demais. Descansa em Paz minha querida, e contagia o céu com a tua alegria e com o teu sorriso lindo, e acima de tudo, enche-lhes o coração com a tua música.
- Ontem, dia 1, primeiro dia do ano, um dia que supostamente deve ser cheio de felicidade, partiu uma grande rapariga do nosso mundo, a Inês Pereira. Não a conhecia muito bem, mas era uma rapariga muito talentosa, divertida e gostava daquilo que fazia. Na altura, tinha um sonho: ser uma grande clarinetista. Ela tinha medo de não ser bem-sucedida mas quem luta conquista, e decidiu realizar o seu sonho. Num acidente, tudo acabou...
Era uma rapariga espectacular, grande clarinetista e, sobretudo, era feliz!
- Um dia ainda nos encontraremos novamente meu doce. Deixas um legado que transmitirei “ad eternum”, nas aulas: a vontade de viver cada dia, como a coisa mais importante das nossas curtas vidas. Até sempre meu anjo.
- Tenho medo de me esquecer da tua voz, do teu riso, do teu cabelo, dos teus olhos, das tuas roupas, do teu clarinete, das tuas tonteiras. Tenho medo de me esquecer dos nossos curtos momentos, mas felizes e divertidos. Fazes-me muita falta, Inês.
- Infelizmente, uma grande amiga minha deixou-nos neste mundo e brilha agora com muita força no céu. Partis-te mas já não voltarás. Revivi todos os bons e maus momentos que partilhámos, todos os sorrisos, todas as lágrimas. Foi uma grande perda que me afectou bastante. Troco tudo, não consigo fazer nada direito. Estou muito nervoso e não consigo parar de comer devido ao nervosismo. Inês Pereira é uma amiga com um lugar especial no meu coração (e espero que também no vosso), que sempre me ajudou quando precisava. Simpática era a sua personalidade e muito brincalhona... Tenho tanto para dizer mas não existem palavras para expressar o que sinto... Sofrimento, dor, tristeza... tanta coisa... Certamente que vais cuidar e guiar todos nós na vida que nos segue, pois tu és uma estrela que brilha fortemente lá em cima, a olhar por todos nós. Não vou dizer «adeus», simplesmente um até breve e que me ajudes neste meu futuro que espero que seja grande. Obrigado por teres feito parte da minha vida! A ti brindo um copo de champanhe pela amizade que cultivei! Até breve!
- As nossas maluqueiras inesquecíveis que irão ficar sempre recordadas! A tua energia contagiava-me a mim e a toda a gente que falavas! Nós os dois tínhamos um desafio e prometo que hei-de conseguir cumprir!
- Ao menos viveste cada dia como se fosse o último.
- Nunca olhes para trás... A não ser que seja uma boa vista.
Eu acho, assim de vez em quando, que vou olhar um bocado...
- Hoje os meus pensamentos estão apenas e só com a Inês Pereira. Como da última vez em que a ouvi cantar. Assim...
"Voy a viajar, voy a bailar, bailar, bailar, quiero bailar, voy a vivir en el medio del campo y a las mañanas me voy a levantar.”
- As minhas palavras pouco acrescentam ao que aqui está escrito. Só prova que deixas muita gente atordoada com a tua partida. Se há injustiças do mundo que não se admitem, uma delas é a tua. É incompreensível.
Fica bem, onde estejas, ainda que por aqui tenhas deixado uma história a meio.
- Apesar de já saber há algumas horas o que se passou ainda não consigo acreditar, talvez não queira encarar a realidade! Custa-me que aconteça este tipo de coisas a pessoas como tu. Não conheço ninguém que seja tão alegre e que aproveite tão bem a vida como tu o fazias. Acredito que se isto aconteceu foi porque tinha mesmo que ser e acredito também que estás muito bem onde quer que estejas. Inês olha por todos nós aí de cima. O céu ganhou mais uma estrelinha. Descansa em paz! Adoro-te.
- Há coisas que realmente não se conseguem explicar. Eras irreverente e primavas por um sorriso inigualável. Quem vai agora dizer-nos "a cor dos nossos nomes"?
Descansa em paz pequena Inês. Mais uma estrela no céu, desta vez bem brilhante e "colorida".
- Eras a minha coisinha linda, uma artista muito maior que a tua altura, uma amiga verdadeira, uma clarinetista do melhor que já ouvi e não só. Estou mais pobre. Estamos todos mais pobres.
- Ainda estou a tentar mentalizar-me do que aconteceu. Não merecias partir tão cedo. Conhecemo-nos num dos melhores estágios de orquestra que já alguma vez fiz e tu foste das poucas pessoas que o tornaram tão especial. Ajudaste-me a crescer enquanto ser humano das melhores maneiras possíveis e tornaste-me uma pessoa mais feliz. Marcaste a minha vida, Inês. Nunca te esquecerei! Vou lembrar-me de ti de uma maneira feliz, tal como sempre foste, pois a felicidade que transmitias era maior que tudo o resto. Sempre foste uma sonhadora! Uma enorme clarinetista! Uma cantora fenomenal... És das pessoas mais únicas que conheci e estarás sempre no meu coração! Serás das estrelas mais brilhantes do céu! Descansa em paz.
- Não tenho palavras, não tenho reacção mental. Não consigo descrever o que sinto neste momento. Mas uma coisa sei, foi um prazer enorme ter-te conhecido, foram momentos incríveis e inesquecíveis que passamos juntas. Fui uma sortuda em ter estado contigo nesta última fase da tua curta vida. Nunca te vou esquecer, estarás sempre no meu coração e vou sempre pensar em ti. Vais-me fazer imensa falta, e tenho a noção que vou morrer de saudades, mas não me resta mais nada senão aceitar que partiste e lágrimas. Obrigada por tudo. Por teres sido o que eras, e que para mim nunca vais deixar de ser. Obrigada. Descansa em paz minha querida, vou ter muitas saudades.

- in memoriam Inês Pereira (1995-2014)

um dia escrevi o teu nome assim...


Inventaste um lugar e da tua voz
Nasceu o hino, cântico nobre que
Entoas quando sonhas, dando cor ao
Silêncio que se curva sob os teus passos.


Povoaste esse recanto com ternura em flor
Elevaste toda a terra a poesia primordial
Recebeste todos os sons no teu olhar -
E em teu redor a felicidade assumiu a forma
Inebriante de um sol de pétalas infinitas,
Reflexos multicolores que anunciam a tua chegada -
Aurora que embala todas as madrugadas.


Hoje de ti me despeço com o teu nome na alma, com a tua luz que nunca me abandonará, querida.

Até sempre, 'Nês.


Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...