domingo, 29 de junho de 2008

Jardin do moi, em Sélibaby

Couves, Alfaces, pepinos, pimentos... Afinal conseguimos cultivar tudo aqui.




Vista geral da nossa esplanada. Ao lado da nossa casa e da horta. Ao fundo à direita o churrasco.

Tempestade de Areia

Na primeira foto podemos ver a nuvem laranja, correspondente à tempestade de areia, aproximando-se da nossa base em Sélibaby.

Na segunda, a tempestade já bastente próxima, com o Rafa em cima do monte de brita a fotografar.

Depois foge que se faz tarde. A velocidade do vento é muito grande. A visibilidade desce quase para zero.
Por fim quase deixamos de ver a nossa central de betão.
Desta vez não veio chuva após a poeira. Por vezes a chuva que vem depois faz muitos estragos. Desta vez ficámos pelas imagens, a natureza não deixa de nos brindar com exemplos da sua capacidade destrutiva, como quem diz, Não são só vocês que podem estragar "isto".

sábado, 28 de junho de 2008

Vida em Sélibaby

Feijoada à brasileira, feita pelo Messias. Vista do vale de Moudji, depois duma chuvinha. Não se vê na foto, mas estão lá umas centenas de águias. Betonagem do Radier pk10, Rafa em grande estilo. O nosso chefe de laboratório, Hassane, armado em mauritano.




Atravessei o Rio Senegal a nado.

Sábado, 28 de Junho. Conseguimos betonar tudo o que estava preparado, antes da chuva. Quatro placas de 20 metros cada. Não esperava tanto. A terraplanagem está a andar bem. A chuva veio para ficar. Na 4ª feira vimos umas centenas de águias. É na zona de Jedida, pk 13+500. É espectacular. Por volta das 4 da tarde começam a regressar aquela zona. É pena não ter uma máquina fotográfica boa. Ontem o Jamaldine, quando regressava de férias, foi arrastado pelas águas, ao atravessar um Oed, perto de Mbout. Ficou-se pelo susto, mas faz-nos pensar na fragilidade da vida humana. Faz-nos pensar o que fazemos aqui, neste fim do mundo. Para acabarmos engolidos por um mar de lama. No meio do deserto, suprema ironia. Se já sabíamos que todos os cuidados são poucos, ficámos mais despertos para redobrar a atenção. Ontem foi dia de Bakel. Fui eu mais o Rafa, o Baltazar e o Álvaro, por acaso os quatro continentais da obra, ainda a Caren e a Joni. Para elas foi a última vez que foram a Bakel, pois a sua partida para a América está cada dia mais próxima. Foi um dia porreiro. Atravessei o Rio Senegal a nado, atrás do barco. A corrente estava forte, e eu não sou grande nadador. Mas já está. Consegui. A maioria do pessoal não quis ir. Tiveram medo da chuva. Não sabem o que perderam. A minha partida para casa está aí. Faltam só três dias. Parece mentira, que, já passaram três meses, desde que regressei à Mauritânia. Vêm aí uns dias em Fuengirola para carregar baterias. Por aqui a temperatura baixou muito, com a chegada da chuva. Hoje semeei duas variedades de alfaces, acelgas e rabanetes. Temos comido alfaces e pepinos todos os dias. Também comemos muitas couves, verdes, da minha horta. Se houve alturas em que duvidei que conseguíssemos comer algo de lá, agora é quase todos os dias. Quando cavei os canteiros para semear, vi minhocas. Isto significa que a terra está a ficar equilibrada. É bom sinal.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mais chuva

2ª Feira, 23 de Junho. Afinal a betonagem não começou no sábado. Choveu tanto na noite de sexta para sábado, que inviabilizou a betonagem. Ficou tudo submerso. Betonámos sim no domingo. Correu bem para primeira vez. Hoje vi a previsão do tempo. Dão chuva a partir de sábado até quarta. Quarta é o dia da minha partida para Portugal… Vamos lá a ver o que isto dá. Para já o Messias quer betonar todos os dias até lá, para ver se consegue safar aquilo. Sempre que chove fica tudo cheio de lama. O Baltazar quer ir embora. Não admira. Estes gajos (Portugueses) dão cabo da paciência a um santo. Pássaros. Esta zona até Outubro é um espectáculo, para quem gosta de pássaros. Preciso de uma máquina com uma boa objectiva.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Os Deuses devem estar loucos

2ª Feira, 16 de Junho. Nesta noite de domingo para segunda, pude confirmar que os deuses devem estar loucos. Choveu inimaginavelmente. O vento soprou acima dos 100 km/h. As casas estremeciam a cada trovão. A quantidade de raios era tanta, que mais parecia dia. Pelas 3 e meia da manhã, quase todos os tugas estavam na rua. Aqui o céu cai-nos encima da cabeça, como os gauleses temiam. A horta do Lino ficou destruída. Os barrotes partiram e caíram. O muro caiu. Os cabos de suporte da rede quebraram. De manhã saí com o Messias e o Rafa. Chegar à cidade foi difícil. A obra estava porreira. Parecia que lá chovera pouco. O Zé começou a trabalhar pelas 8 e meia. Fui à zona de Moudji. No local mais difícil até Gouraye. Tudo OK. Pouca água. Vim à base buscar o Gregório. Vai trabalhar para a obra do Senegal. Levei também a Kim. Vai para Rosso. Cheguei a Gouraye e toda a gente começou a perguntar pela minha saúde. Voltei rápido a Selibaby. Só o tempo de tratar do barco e pedir o carimbo no passaporte do Gregório. Em Moudji já passei com água à altura do capo. Até à base tudo bem. À noite jantar em casa. Fez o Messias. Muito bom. Feijoada à brasileira. Com feijão preto. Farofa. Couve de manteiga (frita). Noite porreira. O cozinheiro Álvaro, viveu muitos anos no Vale da Serra. É amigo do Joaquim Alberto. O mundo é pequeno.
6ª Feira, 20 de Junho. Ontem a Joni fez uma piza em nossa casa. Serviu para alegrar a desfeita dos alemães, no Euro 2008. Hoje dia em Bakel. Despedida de Bakel para a Joni, o Nick, a Amanda e a Caren. Quando escrevo, o Messias está a preparar o lume para assar carne para o jantar. O Hassane apareceu-me de Bubu para buscar a cerveja que lhe trouxe. Amanhã às 6 da manhã começa a betonagem da placa do Radier. O Betão de limpeza está pronto.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Carimbos

5ª Feira, 12 de Junho. Ontem voltou a chover, mas, desta vez pouco. Na 2ª Feira fui buscar o Rafa a Bakel. Trouxe os carimbos para a polícia de Gouraye. Ficaram todos contentes. Trouxe-me pão de milho e azeite Português, fiz umas couves com feijões, à moda de Riachos, ficou tudo a chorar por mais. Com a chuva finalmente o pessoal percebeu que tinha que defender a obra. As melhorias vêem-se. Estou com uma constipação do “caraças”. Fico lixado quando estou doente. Ontem começou o betão de limpeza no Radier do pk 10. Tivemos que parar por avaria da central de betão. Na minha horta já nasceram as cebolas, os rabanetes e as cenouras, mais pepinos, melancias, courgettes e milho. Já começo a pensar na viagem para Portugal, faltam pouco mais de duas semanas. No Euro 2008, as coisas vão bem para nós. Até ver…

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Crivo, Viatura do moi e Oued Salem




Podemos ver o crivo na nossa montanha de brita natural. O meu carro após deslocação à obra no dia da chuva. O Oued Salem, cortado pela primeira vez este ano. Esta é a estrada Nacional que serve Selibaby.

Finalmente a chuva

Domingo, 1 de Junho. Finalmente chegou a tão esperada “Ivernage”. Para primeiro dia de chuva não foi mau. 40 l/m2, da meia-noite às seis da manhã. O pó acabou. A obra não parece a mesma, água por todo o lado. Já há muita gente atascada. Os oeds que ainda ontem estavam secos, hoje parecem rios caudalosos. Por muito que veja isto, continua a surpreender-me. Durante a semana fui 5 vezes a Bakel. Na terça levar o Dr. José Manuel e o Eng. Gaspar. Na quinta levar o Rafael. Na sexta fazer a nossa voltinha. Ontem o Mário disse-me que a carrinha do Rafael tinha a junta da cabeça queimada. Tinha-a emprestado na quarta… Na sexta à noite, nova aquisição para a nossa horta, bananeiras. Semeei cebolas, cenouras, rabanetes e morangos. Já tinha semeado melancia, pepino e courgettes. Roubei alfaces ao Baltazar, e plantei-as no meu “Jardin”. O Baltazar vai na quarta e começa a ficar à rasca. Se chove mais, como vai chegar a Bakel? O crivo veio finalmente para baixo, começou a trabalhar no sábado, ontem. Tivemos que parar o betão por falta de brita. O João consegue ir e vir a Nouakchott buscar cimento em dois dias, depois o camião fica quatro dias na oficina…
3ª Feira, 3 de Junho. Com a chuva vieram os insectos. São milhões. Pequenos. Grandes. Brancos. Pretos. Redondos. Bicudos. Pernilongos. Gafanhotos. Grilos. Safa. Não podemos acender as luzes lá fora, à noite. A humidade, associada ao calor, abafa. A paisagem muda a cada hora. A cor mudou de castanho avermelhado para verde em dois dias. Parece que vemos a erva a crescer. Tratei da viagem do Baltazar, com o Thenoi. Esqueceram-se de tratar das coisas a tempo. (Onde já vi isto). E fui eu que resolvi. Amanhã vou levar o Baltazar a Bakel, lixa-se que vai ter que pagar uma fresquinha. Comemos uns pepinos da horta do Baltazar e do Lino. O Messias está em Nouakchott à espera de transporte. Ontem o Moussa, veio ter comigo aflito, a sua mulher veio de Dakar e estava em Gouraye, há mais de 24 horas, à espera de transporte. Fui lá num instante, a senhora foi muito simpática. Estava “hospedada” em casa do Ndjaie, que me fez uma festa quando me viu, ele, mais o meu “grande” amigo Alpha. Antes de ontem, bebemos uns copos valentes, eu, o Pedro Batista e o Hassane, e este último foi de gatas para casa. Toda a gente me pergunta o estado do tempo. Sou eu o meteorologista de serviço…

Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...