quarta-feira, 3 de novembro de 2010

S. Martinho

Agora que Outubro já lá vai e entrámos definitivamente no mês do S. Martinho, por aqui abriu a caça no primeiro do mês. Novembro deveria ser um mês “algo” fresco, digo deveria, porque não está nada a ser, a temperatura só baixa ligeiramente dos trintas noite dentro. Não estou propriamente a queixar-me da temperatura, principalmente agora que por aí as coisas arrefeceram bastante, o problema, são os insectos. O meu corpo está que parece do Benfica, de tão vermelho. As picadas destes pequenos monstrinhos sucedem-se, dia após dia. Picam-me por cima da roupa, na rua, no quarto, quando vou à casa de banho… Então a minha esperança é que por alturas do S. Martinho, já que vinho provar não vou, pelo menos que o ar aqui mude um pouco e leve estes terroristas até à próxima estação das chuvas.


Hoje definimos a nova localização do nosso estaleiro, amanhã vou marcar os limites e se tudo correr normalmente, irei até Nampala, encontrar-me com os topógrafos que estão a fazer o levantamento do terreno para a execução do projecto. Nampala marca uma fronteira na insegurança. Já fica na considerada zona vermelha, foi alvo de um ataque dos rebeldes à dois anos, é também uma localidade praticamente na fronteira com a Mauritânia. Marca também o fim da região de Ségou, a partir daqui seguem-se terras de Tombuctu. A equipa de projectistas e topógrafos é argelina.

A cozinha continua digna de um hotel em qualquer parte do mundo. O que me faz sorrir. Se alguém me dissesse que eu vinha para uma zona remota do Mali e que a cozinha que nos fornece a paparoca era “Haute-cuisine française” eu responderia que tudo é possível, mas muito pouco provável. Ainda bem que as probabilidades existem. Meu rico 0.1%! De referir que em duas semanas de estadia e com três pratos por refeição, ainda não houve repetições.

Ontem conheci três israelitas. Dois romenos. Três norte-americanos. E outros cuja origem me não foi revelada. Até parece que estou numa região cosmopolita!

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