Tão longe que está, o S. Martinho pois claro. De frio nem novas nem mandadas. Por aqui ainda no período pré-stress, que antecede o início “a sério” de cada obra. O assunto primevo que nos une continua a ser gastronómico. Como encaixar um grupo de brasileiros e portugueses numa cozinha francesa, feita por um “chef” maliano? Os mais velhos nestas artes de trota-mundos vão aportando a água ao moinho. Aqui o Carlão tomou em mãos a árdua tarefa de mostrar aos franceses que em matéria bucal, se gostos não se discutem, pelo menos modificam-se e educam-se. Temos então uma cozinha em lenta adaptação ao famoso churrasco brasileiro. Onde até ao momento a tarefa tropeçou foi na aquisição do famoso feijão, algo distante destas paragens. A minha horta terá de esperar pela conclusão do estaleiro, pois por enquanto não há “condição”.
Os mosquitos continuam sem dar tréguas, a esta hora tenho mais furos que rede de pesca. O jardim do hotel é varrido todos os dias, pois as enormes árvores que compõem todo o complexo largam mais folhas que impostos os portugueses irão entregar ao “Grande Timoneiro” no próximo ano… A verdura e a relva são regadas todos os dias. É bonito ver como um pouco de ordem continua a fazer diferença neste mundo, conseguindo tornar aprazível um local que parece ter caído de outro planeta, tal a diferença para tudo o que nos rodeia…
Quem vem aqui caçar, tem garantida a possibilidade, assim queira, de caçar todos os dias, de manhã à noite de Novembro a Abril. Tem pisteiros, para achar e levantar a caça. E tem um cozinheiro empenhado em transformar o resultado desse esforço em iguarias de fazer crescer a água na boca.
Os Nossos anfitriões, o Joel e a Elizabeth, fazem tudo para que nos sintamos em casa. Até hoje o Mali tem sido simpático connosco.
Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
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