quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Verde e água

6 de Agosto de 2009, quinta-feira. A metamorfose sofrida por esta terra nos últimos dias foi qualquer coisa que mesmo para um “veterano” impressiona. Vêem-se campos pintados de verde, em vários tons, desde o claro-quase-amarelo da erva recém cortada, ao verde-turquesa e mesmo o verde-oceano de pastos a perder de vista. Juntam-se nesta sinfonia verde as árvores, cada qual com o seu verde. Não deixa de ser curioso numa terra situada na entrada do deserto poder apreciar tantos verdes como não sabíamos existir. Este êxtase verde vai ainda durar até perto do final de Setembro. Por essa altura toda a paisagem repentinamente altera a cor, como se tudo fosse combinado. O outro factor aparentemente fora de contexto nesta paisagem é a presença de água. Existe tanta e por todo o lado. Os sinais de sua presença extravasam no entanto os locais onde ela resta tranquila, pois a forte chuva que caiu nos últimos dias deixou marcas. Vedações derrubadas, postes de telefones caídos, estradas rasgadas como se foram papel. Estivemos isolados da Mauritânia entre quinta-feira e terça-feira, altura em que Garfa mostrou quão impressionante pode ser, não deixando ninguém passar. É por estes dias que os nómadas deixam o Guidimaka e voltam às suas terras, não sei se é mais impressionante ver no séc. XXI, pessoas partirem de burro e camelo com toda a tralha às costas, ou ver a quantidade de animais que “fazem parte da família”. Hoje vi-me no meio de uma manada de vacas com uns milhares de cabeças, parecia que estava no faroeste, num filme de cowboys.

Um comentário:

  1. Olá Luis
    sabes ao ler este teu escrito e lambrando as fotos que tenho
    é como se estivesse a ver em filme.
    Com todas as cores bem nitidas.
    Tambem é da maneira como escreves.
    Até.
    Ana

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