sábado, 29 de agosto de 2009

A Solidão

A solidão é insuportável no meio da multidão
O silêncio é recortado pelas notas de música

O vermelho do chão trocado pelo verde da vegetação
A poeira omnipresente substituída pela lama
A secura dum olhar à procura da chama

O rio nestes dias vira mar
O peixe cai do chão
O calor finalmente dá-se a respirar
A vida salta de mão em mão

Efémeros dias suados
Momentos de sobressaltos
Histórias aos bocados
Fados trasladados
Corpos bronzeados

A solidão é insuportável no meio da multidão
O silêncio é recortado pelas notas de música
A biologia escapa às leis da física
Os pés fogem pelo chão
A luz agarra objectos difusos
O amor inventa novos fusos

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