sábado, 28 de junho de 2008

Atravessei o Rio Senegal a nado.

Sábado, 28 de Junho. Conseguimos betonar tudo o que estava preparado, antes da chuva. Quatro placas de 20 metros cada. Não esperava tanto. A terraplanagem está a andar bem. A chuva veio para ficar. Na 4ª feira vimos umas centenas de águias. É na zona de Jedida, pk 13+500. É espectacular. Por volta das 4 da tarde começam a regressar aquela zona. É pena não ter uma máquina fotográfica boa. Ontem o Jamaldine, quando regressava de férias, foi arrastado pelas águas, ao atravessar um Oed, perto de Mbout. Ficou-se pelo susto, mas faz-nos pensar na fragilidade da vida humana. Faz-nos pensar o que fazemos aqui, neste fim do mundo. Para acabarmos engolidos por um mar de lama. No meio do deserto, suprema ironia. Se já sabíamos que todos os cuidados são poucos, ficámos mais despertos para redobrar a atenção. Ontem foi dia de Bakel. Fui eu mais o Rafa, o Baltazar e o Álvaro, por acaso os quatro continentais da obra, ainda a Caren e a Joni. Para elas foi a última vez que foram a Bakel, pois a sua partida para a América está cada dia mais próxima. Foi um dia porreiro. Atravessei o Rio Senegal a nado, atrás do barco. A corrente estava forte, e eu não sou grande nadador. Mas já está. Consegui. A maioria do pessoal não quis ir. Tiveram medo da chuva. Não sabem o que perderam. A minha partida para casa está aí. Faltam só três dias. Parece mentira, que, já passaram três meses, desde que regressei à Mauritânia. Vêm aí uns dias em Fuengirola para carregar baterias. Por aqui a temperatura baixou muito, com a chegada da chuva. Hoje semeei duas variedades de alfaces, acelgas e rabanetes. Temos comido alfaces e pepinos todos os dias. Também comemos muitas couves, verdes, da minha horta. Se houve alturas em que duvidei que conseguíssemos comer algo de lá, agora é quase todos os dias. Quando cavei os canteiros para semear, vi minhocas. Isto significa que a terra está a ficar equilibrada. É bom sinal.

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