Domingo, 1 de Junho. Finalmente chegou a tão esperada “Ivernage”. Para primeiro dia de chuva não foi mau. 40 l/m2, da meia-noite às seis da manhã. O pó acabou. A obra não parece a mesma, água por todo o lado. Já há muita gente atascada. Os oeds que ainda ontem estavam secos, hoje parecem rios caudalosos. Por muito que veja isto, continua a surpreender-me. Durante a semana fui 5 vezes a Bakel. Na terça levar o Dr. José Manuel e o Eng. Gaspar. Na quinta levar o Rafael. Na sexta fazer a nossa voltinha. Ontem o Mário disse-me que a carrinha do Rafael tinha a junta da cabeça queimada. Tinha-a emprestado na quarta… Na sexta à noite, nova aquisição para a nossa horta, bananeiras. Semeei cebolas, cenouras, rabanetes e morangos. Já tinha semeado melancia, pepino e courgettes. Roubei alfaces ao Baltazar, e plantei-as no meu “Jardin”. O Baltazar vai na quarta e começa a ficar à rasca. Se chove mais, como vai chegar a Bakel? O crivo veio finalmente para baixo, começou a trabalhar no sábado, ontem. Tivemos que parar o betão por falta de brita. O João consegue ir e vir a Nouakchott buscar cimento em dois dias, depois o camião fica quatro dias na oficina…
3ª Feira, 3 de Junho. Com a chuva vieram os insectos. São milhões. Pequenos. Grandes. Brancos. Pretos. Redondos. Bicudos. Pernilongos. Gafanhotos. Grilos. Safa. Não podemos acender as luzes lá fora, à noite. A humidade, associada ao calor, abafa. A paisagem muda a cada hora. A cor mudou de castanho avermelhado para verde em dois dias. Parece que vemos a erva a crescer. Tratei da viagem do Baltazar, com o Thenoi. Esqueceram-se de tratar das coisas a tempo. (Onde já vi isto). E fui eu que resolvi. Amanhã vou levar o Baltazar a Bakel, lixa-se que vai ter que pagar uma fresquinha. Comemos uns pepinos da horta do Baltazar e do Lino. O Messias está em Nouakchott à espera de transporte. Ontem o Moussa, veio ter comigo aflito, a sua mulher veio de Dakar e estava em Gouraye, há mais de 24 horas, à espera de transporte. Fui lá num instante, a senhora foi muito simpática. Estava “hospedada” em casa do Ndjaie, que me fez uma festa quando me viu, ele, mais o meu “grande” amigo Alpha. Antes de ontem, bebemos uns copos valentes, eu, o Pedro Batista e o Hassane, e este último foi de gatas para casa. Toda a gente me pergunta o estado do tempo. Sou eu o meteorologista de serviço…
Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
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