quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Bolo de Chocolate

6ª Feira, 2 de Novembro. Mais um dia no campo, a marcação correu muito bem, já estão marcados 5 km. Não é por mim que a obra não começa. Fui comprar tomadas com o Zé Manuel, para colocar no meu quarto, pois a quantidade de equipamento é muita.
Sábado, 3 de Novembro. Levantar cedo dá saúde e faz crescer, era o que se dizia, pois devo estar cheio de saúde. Hoje às 6 h já estava a caminho. Cheguei à OH 16, perto de Mbout às 8h. O Carlos e o Sérgio chegaram apenas às 9 porque tiveram um furo pelo caminho. Fizémos os levantamentos todos que a Norvia pediu. Cheguei cedo a Selibaby, pelas 14h. O Sy apareceu a dizer que a dor que o apoquenta não passou com os comprimidos que o médico lhe receitou e queria ir a um curandeiro tradicional. Perguntei-lhe se sabia onde era, não, mas havia um tipo lá no estaleiro que sim. Fomos ao estaleiro procurou o tal tipo, foi-nos então indicar o caminho. Caminho é uma forma de expressão, porque se há coisa que não existe para tal lugar é caminho, nem trilho. Depois de muito andar o gajo lá disse que estávamos perto, e chegámos a um Oed onde não havia passagem, deixei lá o Sy.
Domingo, 4 de Novembro. Para não variar, levantámo-nos às 6h, que o dia ia ser longo. Como combinado com o Hassan, fomos para a frente do posto da polícia junto à Willaya. O Vadel nunca mais chegava. Liguei para o Hassan, ele disse que o amigo estava quase a chegar, tinha acabado de lhe falar. Depois de muita espera e muito telefonema, fomos buscar o Hassan, para nos levar à casa do Vadel. Afinal o Hassan percebeu mal, o Vadel esteve à nossa espera uma hora junto ao comissariado da polícia, que era noutra parte da cidade. Fomos buscá-lo e partimos para Diagili. Saímos de Selibaby pelas 8h30m, às 9h30m estávamos a chegar à cidade onde o Vadel era o comandante da polícia. Não estava à espera de encontrar nos confins da Mauritânia uma terra tão arejada, soube que tinha sido habitada pelos franceses. O chefe da alfândega chamou-nos uma piroga, atravessámos para Koeni, no Senegal, aqui não há polícia, entrámos no Senegal sem mostrar um único documento. Apanhámos um táxi para Bakel. Chegámos à Chez Jeanne antes do pessoal que veio directamente para Gouraye. Encomendei as estacas ao Malik e partimos no nosso táxi com todo o material. O pessoal de Gouraye não levou nada. Chegámos a Diagili e fomos muito bem recebidos, não olharam para nada, a Karen voltou connosco e ninguém ligou. Trouxemos um polícia para Selibaby, o que se revelou seguro porque me corrigiu a direcção duas ou três vezes.
2ª Feira, 5 de Novembro. Às 6h30m, liguei para a Joni, para saber quem me iria fazer o bolo de chocolate. Não atendeu, deixei mensagem. Mais um dia no campo a marcar offset. O Alsam deixou cair o GPS, com a brincadeira, fiquei pior que estragado.
3ª Feira, 6 de Novembro. O Alsam ficou a guardar a base do GPS. Fiz uma coisa que não devia, deixei a chave na ignição. O gajo resolveu abrir a porta da carrinha e deixou-se ficar com a mão encostada, veio uma rajada de vento que fechou a porta e lhe entalou o dedo. Para me ir dizer que tinha o dedo entalado, deu-se ao trabalho de fechar os quatro vidros e as quatro portas. Quando dei por isso estávamos a 10km de Selibaby com a carrinha trancada e sem rede de telemóvel. O Maktour foi a correr pedir um arame a um camião que passava. Surpreendentemente coloquei o arame pelo meu vidro, que felizmente tinha ficado com um bocadinho aberto e abri o carro à primeira. Não comi o almoço. Recusei. Galinha cozida com arroz branco, pela enésima vez, é de mais. À tarde estava pior que estragado, ligou a Karen a dizer que seria a Kim a fazer o meu bolo de chocolate. “Convidou-me “ para jantar com eles. Fui buscá-la e à Kim ao Restaurant de L’Hopital. Fui à casa de Mr. Muller, que simpaticamente me dispensou três garrafas de vinho. Muito bom, como viria a verificar. Chegámos à casa da Joni e do Nick, toda a gente foi muito simpática para mim. Jantámos, depois chegou a Amanda com o Silvain, um francês. O pessoal adorou o vinho. Eu adorei o bolo de chocolate. Nunca pensei estar com tantas carências, para ficar tão radiante com um bolo de chocolate. Quando cheguei a casa o pessoal estava preocupado com a minha ausência do jantar, o Luís foi buscar uma garrafa de whisky, que eu fiz o obséquio de beber até à última gotinha. Afinal o dia que tinha começado tão mal acabou em beleza.
4ª Feira, 7 de Novembro. Fui buscar o Alsam e disse-lhe que a partir de hoje ele ficaria a trabalhar no estaleiro, depois fui buscar o novo elemento, parente de Niang. O Alsam não quis ficar a trabalhar no estaleiro, recusou, deve pensar que é importante. Pelas 11h levantou-se uma grande ventania e a quantidade de pó no ar era enorme, parámos a marcação no PK 9650, já temos 7km marcados. À tarde deixei-os a pintar estacas. O nosso T4, já chegou e começou a ser montado. Vai ter churrasco e tudo.

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