domingo, 29 de setembro de 2013

Chuva

Trovejava de novo após cinco longos meses de ausência, logo grossas bátegas de água desciam pelos céus encharcando sequiosos solos, lastimosos solos sobreviventes às queimadas crescentes dos últimos meses. A côr passou do verde ao dourado e finalmente ao negro azeviche. Com as almejadas lágrimas celestiais o verde breve retomará o seu lugar nos baixios das paisagens, ultimamente escurecidas.
E o cheiro… Cheiro de terra molhada. Tão ausente nos meses recentes. Tão presente logo após as primeiras gotas terminarem a aérea viajem. Gotas prenhes de vida, tão cheias de promessas, que até parecem políticos. Ao invés destes sói dizer-se que a sua chegada é sucedida de uma explosão de vida, é um ciclo que recomeça.
Trovejava de novo, sons com o condão de todos transportar para o exterior, contemplar uma mescla de tons de cinza no lugar do firmamento. Sons dignos de ombrear com dignas composições operáticas e lado a lado elevarem olhos marejados para os raios que cruzavam céus imensos antes de escolherem o local onde se iriam entranhar.

Logo, logo os rios voltarão a ser alterosos, poderosos, fazedores de paisagens maravilhosas, proporcionando vida, proporcionando esperanças.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...