Sábado, 10 de Maio. Afinal a festa dos Pereiras é hoje. Em casa da Tia Elisa. Não estou lá fisicamente mas espiritualmente, sim, sem dúvida. Na vida o que conta são as emoções, os sentimentos, a capacidade de apreciar o que nos rodeia e quem caminha connosco, neste caminho da vida. Sinto que algo mudou em mim. Talvez a vastidão de África tenha algo a ver…
A Mauritânia é vasta, cerca de 11 vezes o tamanho de Portugal. É também pouco povoada, cerca de 3 milhões de pessoas. As distâncias são enormes. A liberdade que gozamos aqui, num aparente paradoxo, num país islâmico e forte aparato policial, permite-nos sensações contraditórias, desde que estejamos com espírito aberto para receber impulsos, experiências inesquecíveis. É certo que o primeiro impacto é brutal, esmaga-nos, muitos desistem logo. Outros refugiam-se em vícios, novos ou pré-existentes. Quem suportar tudo isso, tem um caminho inolvidável a percorrer aqui. Vejamos, estamos num extremo do país, aqui os mouros não são maioritários. Estamos em terra Soninke. Há no entanto Pulares e Wolofs, mais gente de muitos outros países africanos, na sua demanda para norte, para a Europa. A confusão linguística é enorme. A variedade genética é tão grande que os tipos de pessoas quase não se repetem. A temporada seca vai longa. Para muitas pessoas o dia é passado em busca de água, para elas e para o seu precioso gado. Agora compreendo a felicidade, já por mim testemunhada, irradiada por todos, aquando da chuva. Vamos fazendo amigos. Já posso ir a muitas povoações, de três países, Mauritânia, Mali e Senegal, e ser reconhecido e cumprimentado por muitas pessoas. Aqui sou um Toubab. O que me dá também responsabilidades acrescidas. Embora longe daqueles que amo, mesmo a trabalhar seis dias por semana, de sol a sol, ainda sobra tempo para encher os sentidos. São cores, cheiros, sons. São pessoas, animais, plantas. É o vento, o pó, a chuva. E é a música. Estou constantemente a ouvir música. A tecnologia facilita muito as coisas, tenho internet móvel, electricidade sem estar ligado à rede eléctrica. Temos toda a água que queremos. A nossa horta é regada duas ou três vezes ao dia. Vejo a TV portuguesa. Leio os jornais portugueses. Ouço a rádio portuguesa. “This is a beautiful world”.
A Mauritânia é vasta, cerca de 11 vezes o tamanho de Portugal. É também pouco povoada, cerca de 3 milhões de pessoas. As distâncias são enormes. A liberdade que gozamos aqui, num aparente paradoxo, num país islâmico e forte aparato policial, permite-nos sensações contraditórias, desde que estejamos com espírito aberto para receber impulsos, experiências inesquecíveis. É certo que o primeiro impacto é brutal, esmaga-nos, muitos desistem logo. Outros refugiam-se em vícios, novos ou pré-existentes. Quem suportar tudo isso, tem um caminho inolvidável a percorrer aqui. Vejamos, estamos num extremo do país, aqui os mouros não são maioritários. Estamos em terra Soninke. Há no entanto Pulares e Wolofs, mais gente de muitos outros países africanos, na sua demanda para norte, para a Europa. A confusão linguística é enorme. A variedade genética é tão grande que os tipos de pessoas quase não se repetem. A temporada seca vai longa. Para muitas pessoas o dia é passado em busca de água, para elas e para o seu precioso gado. Agora compreendo a felicidade, já por mim testemunhada, irradiada por todos, aquando da chuva. Vamos fazendo amigos. Já posso ir a muitas povoações, de três países, Mauritânia, Mali e Senegal, e ser reconhecido e cumprimentado por muitas pessoas. Aqui sou um Toubab. O que me dá também responsabilidades acrescidas. Embora longe daqueles que amo, mesmo a trabalhar seis dias por semana, de sol a sol, ainda sobra tempo para encher os sentidos. São cores, cheiros, sons. São pessoas, animais, plantas. É o vento, o pó, a chuva. E é a música. Estou constantemente a ouvir música. A tecnologia facilita muito as coisas, tenho internet móvel, electricidade sem estar ligado à rede eléctrica. Temos toda a água que queremos. A nossa horta é regada duas ou três vezes ao dia. Vejo a TV portuguesa. Leio os jornais portugueses. Ouço a rádio portuguesa. “This is a beautiful world”.
adoro esse dia
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