Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
sexta-feira, 9 de maio de 2008
De regresso
5ª Feira, 8 de Maio. É quase meia-noite. Cheguei do casamento do Sy. Fui eu que transportei a noiva. Atravessámos a cidade a buzinar e com as mulheres aos gritos de alegria. A festa segue animada. Volto a escrever após cinco meses… É estranho ter-me ausentado precisamente quando consegui um equilíbrio espiritual. Desde Janeiro, que me sinto feliz, estou a atravessar uma fase engraçada da minha existência. Desde a última vez que escrevi, os portugueses em Selibaby, passaram de 7 para 25. A nossa casa está a ficar engraçada. Tenho uma horta, que muito contribuiu para a paz que sinto. Já demos dois passeios de barco no rio Senegal, o último, no 1º Maio, desde Diagili a Tafasirga, no Mali, foi espectacular. Parámos numa praia e fomos todos nadar no rio. Fui a Casa na Páscoa, demos um salto a Paris, fomos ao museu Guggenheim, em Bilbau, ao Futuroscope, em Poitiers. De regresso passei mais de duas semanas em Kaédi, e compreendi que gosto mais de estar em Selibaby. Os nossos problemas começam a ser engraçados. Um mesmo giro é estarmos a precisar de uma arca frigorifica para guardar facocheros… Não há fome que não dê em fartura. Outra engraçada, depois de ter sido guia turístico por volta dos vinte anos, nunca esperei vir para a Mauritânia organizar passeios de barco pelo rio Senegal. A temperatura varia entre o tórrido e o escaldante. Entre 40 e 50. A água fria … queima. Ah, temos uma piscina. Não consigo exprimir a sensação de após um dia de trabalho, dar um mergulho e sair da água, com uma sensação de … frio. Quando estão mais de 40 graus e toda a gente está a transpirar. Tenho estado pouco com os meus amigos americanos, ou sou eu ou são eles que estão ausentes. A maioria do “Selibaby gang” parte definitivamente em Julho. Na vida o movimento é constante, a partida e chegada, acontecem todos os dias. Há sempre algo de novo. A chuva chegará em breve. Espero que não tarde, pois não consigo compreender como esta gente viverá se a água tardar. Faço já planos para futuros passeios, o parque nacional da ilha de Arguim, não sai da minha cabeça. O director é português, o parque é um dos grandes santuários de aves. Ainda vamos um dia até à Guiné. A AFA ficou bem posicionada no concurso para a construção da estrada Mbout – Selibaby, vamos ver o que isto vai dar. Ao reler o que escrevi, vejo que estou a saltitar de assunto em assunto, mas a ausência foi grande. Para a semana é o encontro anual dos Pereiras e eu aqui. No meu regresso no 1 de Abril, ninguém me esperava em Dakar, após muitos telefonemas e confusões, cheguei ao Senegal, às 2h30m da manhã, aluguei um táxi pelas 11h30m, cheguei a Bakel à uma da manhã, o hotel estava fechado e não me responderam quando chamei. No Chez Marie Jeanne, idem. Fiz então algo que para mim foi novidade, dormi na rua, junto ao rio, na fronteira. Amanhã é dia de Bakel e está a ficar tarde, continuo depois, não posso voltar a ausentar-me por tanto tempo.
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