Após quatro anos angolares, com a inauguração da Hidroeléctrica
fixada para 4 de Fevereiro, data importante por estas terras, simbolizando o
início da luta armada contra a ocupação portuguesa, o regresso a casa volta ao
horizonte.
Angola, onde a terra vermelha se entranha na alma de tantos
que a demandaram, uns em busca de riquezas, outros degredados, uns lograram compreende-la,
outros sempre a viram como uma maldição.
Sempre vista como terra de riquezas sem fim, primeiro o
cobre e a prata preencheram as mentes ávidas de recompensas, logo os lucros imensos
do tráfico de escravos para as plantações do novo continente americano, depois
os diamantes, o café e finalmente o petróleo, toldaram o discernimento de
tantos que nunca aceitaram que a verdadeira riqueza deste solo eram as pessoas
que foram caçadas, exploradas, formatadas, assimiladas em prol dos ditames de
recém-chegados, tantas vezes completamente equivocados nos seus juízos…
Angola com seus rios saltando inúmeras cachoeiras em
direcção ao oceano, com seus monólitos quais guardas planálticos, com seus
embondeiros sem folhas como guardiães de florestas encantadas, com suas praias
atlânticas de águas prenhes de lagostas, com suas lagoas comportando tantos
cacussos que só por si alimentam um povo inteiro, com seus desertos de plantas
únicas, com suas montanhas icónicas quais postais ilustrados, com suas florestas
de madeiras enfeitiçadas.
A vida que por estas bandas nunca foi fácil, virou bastante
difícil nos tempos recentes, adiando esperanças.
Da nossa parte estamos na fase de embelezar a casa para
receber os ilustres visitantes, a geração de energia está aí, em pleno. A
maioria dos colegas que tornaram possível esta realização já partiram para as
suas terras. Umas mais perto outras longínquas.
Bem hajam todos.
Feliz 2017.
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