Detinha-se
a ouvir os lamentos daquela leoa. Continuava a ter as quenturas, mas
desde a guerra ficara só, nenhum leão ouvia aqueles rugidos há
bastantes anos. Só, a Mina ficara, só, a Mina ficaria, até à
terminação dos seus dias. Mas fazia-lhe um dó, de partir alma.
Mina des-sabia que nenhum macho restara por aquelas terras
anteriormente tão férteis de zebra ou palanca. Nas noites
intermináveis que duravam as quenturas, nenhuma alma descansava na
aldeia. Dava uma dor na espinha saber que uma leoa lutava só, pelo
futuro que não chegava nunca. Dava uma falação sem fim. O Kimba,
jovem a procurar a sua primeira esposa, ainda pediu ao mulôji para
lhe transformar em leão por uns dias, que dava fim àquela
lamentação toda, ajudava a Mina. A aldeia podia então descansar
seus fantasmas. Mas o mulôji lhe atirou que o dunda de tal serviço
não lhe estava no alcance. Este ano os roncos soavam mais alto.
Também duravam mais semanas. Soavam a desespero. De quem percebeu
que futuro não chega mais, nunca. Ninguém punha um pé fora da
aldeia, com receio de lhe afrontar, no meio de tanta dor. Mina nunca
atacara ninguém, mas agora um receio grosso baixara logo após as
primeiras árvores.
Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
domingo, 20 de janeiro de 2013
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