Já
se questionava se a realidade não seria mera ilusão, se a sua
memória, agora que tanto dela necessitava, não estaria a
desconsiderar-lhe.
Após
tantos anos com o colono a impor as regras, após tantas vidas de
guerra, após tantos vivas à revolução. Via passar de novo branco,
como água. Até lhe sentia aquele comichão, aquele que só branco
provocava. Para quê tanta desconsideração, tanta vida desavisada,
para descobrir que “eles” estavam de volta.
Pior,
os novos falavam uma língua estranha. Lhe custara tanto aprender
língua de branco, agora que tal lhe podia dar vantagem, chegou novo
branco falando língua estranha.
E
estes desconheciam tratos antigos, daqueles que passam de pais para
filho.
Os
camaradas informavam que estes eram “amigo!”
Meu
comichão não passava...
Experimentei
uns “patrão” uns “sinhô”, mas nada, eram duro de ouvido...
Tomavam
tudo, sem respeito pelos mais velho. Só desconsideravam, como
explicar pois aos jovem, se mesmo nós só escuro via...
Resolvemos
partir os espelhos, a ver se a ilusão ia junto, se aquela gente sem
conhecimento dava lugar aos tempo antigo...
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