domingo, 11 de outubro de 2009

Sahel

11 de Outubro de 2009, domingo. É a escutar Sting no seu novo álbum If On A Winter’s Night, que começo a dedilhar o teclado ao mesmo tempo que as ideias começam a querer autonomia. A região onde nos encontramos pode também ser denominada Sahel. Representa a fronteira sul do grande deserto do Sahara. É uma terra difícil de se deixar dominar pelo homem. Terra de excessos. Terra que tudo dá mas exige bastante em troca. Até há pouco tempo atrás o grande deserto todos os anos reclamava extensas áreas para juntar aos milhões de quilómetros quadrados que já lhe pertencem. Se aparentemente no chamado corno de África tal ocorrência aumentou de ritmo, por aqui na África ocidental as alterações climáticas tendem a auxiliar a vida de quem aqui provém o seu sustento. De facto após um período de grande seca entre os anos 1968 e 1984 que provocaram o assentamento deste povo maioritariamente nómada, que se deslocava junto com os seus animais numa busca incessante de água e comida. Sobreveio outro progressivamente mais húmido. Tem ocorrido mais precipitação e durante mais tempo. Este facto permite o desenvolvimento das culturas e mais alimento nas mesas (na realidade quase ninguém usa mesas por aqui). Pena é que não existam estruturas de apoio à agricultura, como barragens que permitiriam o usufruto de água também durante o período de seca. Talvez devido às exigências de amante despeitada suportadas com desespero pelos locais e ainda mais desespero pelos estranhos que por aqui se aventuram, esta seja uma terra pouco povoada e muito pouco investida. Para quebrar este ciclo vicioso apenas vejo ou um golpe de sorte ou a descoberta de algum tesouro no subsolo. No entanto com alguns investimentos poderiam sair daqui alimentos para muitas pessoas que passam mal.

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