Análise política
Já que tantos viraram experts em tudo e mais alguma coisa,
hoje vou eu analisar o surpreendente dia de ontem.
As sondagens não falharam. Não senhor. O que aconteceu foi
uma massiva resposta ao que as sondagens indicavam, o risco de uma vitória do
PSD, junto com uma subida incrível do Chega.
O PSD é hoje por hoje um anacronismo, uma excrescência do 25
de Abril, é o único partido social democrata de direita em todo o mundo. Igual
ao PS, só que os seus militantes não querem ver o óbvio. O que muda entre o PS
e o PSD são as pessoas que estão de um lado e do outro, nada mais. O dia 30 de Janeiro
de 2022, representa o primeiro dia da última fase da vida do PSD.
O CDS morreu. Abandonado por todos. Foi eutanasiado,
abortado, por militantes anti-eutanásia e anti-aborto. Paz à sua alma.
O PAN não sobreviveu à saída de André Silva, único com um
discurso minimamente coerente dentro da cacofonia PANista. Como transformar
algumas boas ideias, num conjunto de p***a nenhuma ao tentar formar um programa
político global. O PAN sofre do oposto do BE, nenhuma ideia fora da trilogia
Animais – Natureza – Proibir, contra Ideias fracturantes – Reivindicações – Proibido
proibir (excepto o Chega).
Os Verdes perderam as folhas, e deslizaram tão suavemente pela
encosta abaixo que ninguém reparou…
O PCP foi vítima do COVID, os votos que perdeu pertenciam
aos octogenários que partiram vítimas do vírus pandémico, os 5 que não se
encontram neste grupo estão em casa em isolamento…
O BE chegou a 2022 sem perceber a diferença entre ser um
partido de protesto e um partido com ambição ao poder, a dialéctica trotskista
foi trucidada pelo Costa. Um partido de protesto tem um limite de 4 ou 5
deputados, que juntos podem fazer muito barulho PONTO. Um partido de poder tem
que ter alguém que perceba que para ter 1 milhão de votos não pode ser por
defender ideais datados nos anos 60 / 70, hoje, contrariamente ao inicio dos
anos 2000 nenhum jovem se revê no BE.
O Livre, viu-se livre da Joacine e tem direito a uma segunda
oportunidade. O Rui Tavares tem o palco por quatro anos, para apresentar uma
ideia ambiental enquadrada na União Europeia. Vamos ver o que consegue fazer.
A IL representa hoje o receptáculo do voto urbano e jovem, a
esquerda caviar chique deu lugar aos liberais. Tem as maiores perspectivas de
crescimento, porque verdadeiramente defendem uma alternativa à sociedade
moribunda portuguesa. Vai substituir o PSD em 2 ou 3 eleições!
O Chega cresceu porque conseguiu trazer os reaccionários, racistas,
beatos, fascistas, pides, maldizentes-de-café, desencantados, retornados,
fakenewsistas, portugueses-de-bem, que estavam desencantados da vida e abstencionistas,
de volta à democracia (e esta heim!). teve uma votação transversal a todo o
país, interior, litoral, norte, sul, urbano e rural, mostrando que os
ressabiados estão uniformemente espalhados por todo o rectângulo. O Ventura
Beato é só um fantoche que os DDT escolheram para desbravar terreno, como ele é
muito vaidoso, acredita estar numa missão divina! (Deus também é racista!)
Tenho uma má notícia, o Chega é como o BE, serve para chatear e fazer muito
barulho, mas pouco mais…
O PS, teve o que ninguém acreditava que acontecesse. É um
partido desgastado. Está farto do país e o país está farto do PS. O resultado
dos quatro anos deste governo pode implicar uma guinada à direita e o fim do PS
por muitos e longos anos, assim continue com a arrogância ensaiada nos últimos
anos. Conseguiu uma maioria absoluta, que ninguém consegue na Europa, pode
governar sozinho e assim ficar responsabilizado por tudo o que aí vem ou pode receber
esta oportunidade para ensaiar uma governação séria e honesta e demonstrar que
o PS não serve só para levar o país à ruína, antecâmara de nova chamada ao FMI…
Catrapumba!
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