segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Trinta de Janeiro

 

Análise política

 

Já que tantos viraram experts em tudo e mais alguma coisa, hoje vou eu analisar o surpreendente dia de ontem.

 

As sondagens não falharam. Não senhor. O que aconteceu foi uma massiva resposta ao que as sondagens indicavam, o risco de uma vitória do PSD, junto com uma subida incrível do Chega.

O PSD é hoje por hoje um anacronismo, uma excrescência do 25 de Abril, é o único partido social democrata de direita em todo o mundo. Igual ao PS, só que os seus militantes não querem ver o óbvio. O que muda entre o PS e o PSD são as pessoas que estão de um lado e do outro, nada mais. O dia 30 de Janeiro de 2022, representa o primeiro dia da última fase da vida do PSD.

O CDS morreu. Abandonado por todos. Foi eutanasiado, abortado, por militantes anti-eutanásia e anti-aborto. Paz à sua alma.

O PAN não sobreviveu à saída de André Silva, único com um discurso minimamente coerente dentro da cacofonia PANista. Como transformar algumas boas ideias, num conjunto de p***a nenhuma ao tentar formar um programa político global. O PAN sofre do oposto do BE, nenhuma ideia fora da trilogia Animais – Natureza – Proibir, contra Ideias fracturantes – Reivindicações – Proibido proibir (excepto o Chega).

Os Verdes perderam as folhas, e deslizaram tão suavemente pela encosta abaixo que ninguém reparou…

O PCP foi vítima do COVID, os votos que perdeu pertenciam aos octogenários que partiram vítimas do vírus pandémico, os 5 que não se encontram neste grupo estão em casa em isolamento…

O BE chegou a 2022 sem perceber a diferença entre ser um partido de protesto e um partido com ambição ao poder, a dialéctica trotskista foi trucidada pelo Costa. Um partido de protesto tem um limite de 4 ou 5 deputados, que juntos podem fazer muito barulho PONTO. Um partido de poder tem que ter alguém que perceba que para ter 1 milhão de votos não pode ser por defender ideais datados nos anos 60 / 70, hoje, contrariamente ao inicio dos anos 2000 nenhum jovem se revê no BE.

O Livre, viu-se livre da Joacine e tem direito a uma segunda oportunidade. O Rui Tavares tem o palco por quatro anos, para apresentar uma ideia ambiental enquadrada na União Europeia. Vamos ver o que consegue fazer.

A IL representa hoje o receptáculo do voto urbano e jovem, a esquerda caviar chique deu lugar aos liberais. Tem as maiores perspectivas de crescimento, porque verdadeiramente defendem uma alternativa à sociedade moribunda portuguesa. Vai substituir o PSD em 2 ou 3 eleições!

O Chega cresceu porque conseguiu trazer os reaccionários, racistas, beatos, fascistas, pides, maldizentes-de-café, desencantados, retornados, fakenewsistas, portugueses-de-bem, que estavam desencantados da vida e abstencionistas, de volta à democracia (e esta heim!). teve uma votação transversal a todo o país, interior, litoral, norte, sul, urbano e rural, mostrando que os ressabiados estão uniformemente espalhados por todo o rectângulo. O Ventura Beato é só um fantoche que os DDT escolheram para desbravar terreno, como ele é muito vaidoso, acredita estar numa missão divina! (Deus também é racista!) Tenho uma má notícia, o Chega é como o BE, serve para chatear e fazer muito barulho, mas pouco mais…

O PS, teve o que ninguém acreditava que acontecesse. É um partido desgastado. Está farto do país e o país está farto do PS. O resultado dos quatro anos deste governo pode implicar uma guinada à direita e o fim do PS por muitos e longos anos, assim continue com a arrogância ensaiada nos últimos anos. Conseguiu uma maioria absoluta, que ninguém consegue na Europa, pode governar sozinho e assim ficar responsabilizado por tudo o que aí vem ou pode receber esta oportunidade para ensaiar uma governação séria e honesta e demonstrar que o PS não serve só para levar o país à ruína, antecâmara de nova chamada ao FMI…

Catrapumba!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tem os que passam

Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...