Voltou
diferente. Ninguém percebia isso. Como explicar um horizonte sem
fim. Decerto lhe desconsiderariam se lhes falasse do inebriante
cheiro depois da chuvada. Seguramente de louco não passaria se
tentasse colocar em palavras a sensação de tranquilidade que a
vista daquele rio lhe transmitia, como se a casa retornasse. Isso era
o mais estranho, como se pode viajar meio mundo e sentir que se está
de volta a casa, como o filho pródigo. A vontade de gritar aos
quatro ventos que a sua alma estava em casa, a milhares de
quilómetros. O reconhecer aquilo que nunca se viu, como um bebé
que dá os primeiros passos, dava-lhe vontade de rir. Como explicar o
prazer de reconhecer um cajueiro à primeira vista sem qualquer
referência anterior. As palavras são a maior invenção do homem,
mas ainda assim vivências inexplicáveis não são fáceis de contar
por palavras. Talvez o problema não seja destas, mas dos ouvidos que
(des)ouvem, numa época que perdemos o contacto com o que nos rodeia.
Com toda a certeza o maior erro do homem é a falta de respeito pela
natureza, que se traduz nas agressões que diariamente lhe
infligimos. Curiosamente essa mesma falta de respeito inibe-nos de
usufruir do que está à nossa volta. Um mea culpa e um regresso à
vida sustentável são desejáveis e quanto mais cedo chegarem
melhor.
Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
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