terça-feira, 15 de setembro de 2009

De viagem!

15 de Setembro de 2009, 3ª Feira. De volta a África. Breves dias em casa permitiram recarregar baterias. Necessárias para mais uma etapa, desta feita até ao natal. Por terras lusas momentos de finais de Verão, quentes, alegres e a cheirar ao Outono, que já espreita. Passeio a Trás-os-Montes, com estadia em Ladrugães, Montalegre. Região de excessos. Em primeiro lugar de beleza. Depois de verde, de água, de montanhas, de aldeias, de fogos… O Parque Nacional do Gerês continua lindo, apesar de alguns tudo apostarem em o destruir. Em casa armei-me em bom e causei pesadelos, não apenas a mim. Uma tarefa fácil, substituir a torneira do duche por uma coluna com torneira termoestática, com quatro opções para um banho de sonho, (o objectivo era tornar o duche utilizável pelo Xavier, que ainda é pequeno para chegar à posição do duche para os adultos, evitando utilizar duas casas de banho) rapidamente me apercebi qual a razão para haver especialização de tarefas. Aquilo que parecia simples, obrigou a várias deslocações para comprar acessórios, faltava sempre um… Tudo montado. Experiência. Ficou a pingar. Voltei a colocar tudo como estava. Depois da viagem nortenha, pensei, desta vez vou impressionar todos. Fui a casa do meu pai, pedi umas chaves de canalizador e entusiasmado lancei mãos à obra. Parti o tubo de água quente e finalmente percebi o óbvio. Não nasci para trabalhos manuais! Procurar um canalizador, mais um pedreiro, partir azulejos, telefonar umas trinta vezes, ouvir a querida esposa, voltar a telefonar, ir a casa do pedreiro implorar, voltar a telefonar, o canalizador vem já, ainda não, é agora, está quase, ainda não. Três dias nisto. Quando parti no domingo ainda faltavam pormenores. Acho que ainda não está a funcionar. Já nem tenho coragem de perguntar. O meu disco externo não funciona porque o adaptador avariou. Não dá para comprar um da concorrência porque fizeram um tão único, que ninguém se deu ao trabalho de copiar. Fui à loja de computadores, não há problema, disseram-me. Uma caixa nova, é tudo o que necessita. Dura apenas meia hora. Custa vinte e seis euros. Pensei, nem tudo é mau. Levei o disco e pedi a substituição da caixa. Estavam esgotadas. Dentro de uma semana teremos novas. Eu estarei longe dentro de uma semana. Depois de muito pensar, no último dia comprei um disco novo. Chegado ao paraíso, liguei-me de novo ao mundo, claro que o novo disco não funcionou. NUNCA devemos comprar um disco externo, viajar 4.000 km e DEPOIS experimentá-lo. Quanto à viagem, nem sei bem como começar. A parte do avião até correu bem. Chegámos a Dakar à hora. Trouxe uns quilitos a mais e com um sorriso, o funcionário, apenas me chamou a atenção. Cinco estrelas. Em Dakar, vi-me dentro de um carro que em Portugal não poderia circular, por falta de condições. Perguntei ao condutor se “aquele” era o nosso transporte para 700km, que sim, o carro é muito bom respondeu-me. Tudo bem, mas, sair do aeroporto às 2 e meia da manhã, num carro sem ar condicionado – quem precisa disso? - Sem cinto de segurança – se não vamos ter um acidente, para quê o cinto? – Como iluminação apenas o equivalente aos mínimos, num carro vulgar. Aqui confesso que me assustei. O condutor era bom, mas fechei os olhos durante muitas curvas! Senti o coração apertado. Nunca desejei tanto o nascer do sol. Sol que nunca vi em todo o dia, apenas nuvens e mais nuvens. Nuvens, que descambaram sobre nós na região de Tambacounda, mostrando outro problema do carro. Chovia no interior. Felizmente não em todo o interior. Apenas na zona do pendura… Para variar cheguei a Bakel e fui informado que chovera tanto, que estavam com dificuldades para me ir buscar. Enfim cá cheguei. Pronto para mais uma etapa. Quando estava a atingir o estaleiro telefonaram-me de Portugal, a certidão do médico para fazer as análises estava pronta, podia ir buscar. Agradeci. Sou bem-educado. Afinal de contas o mundo não acaba hoje!

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