quinta-feira, 26 de maio de 2011

Contradições

Novamente “apanhado” pelo calor, um misto de contradições apanhou-me de chofre, sem dar qualquer possibilidade de responder, por impreparado. Assoberbado por um volume de trabalho crescente, as (poucas) horas livres têm sido utilizadas para repor baterias, não tenho dedicado tempo algum à organização escrita das vontades que sempre vão surgindo.

É com surpresa que apreendo que a última entrada neste espaço dista quase dois meses. Vale que tenho aproveitado cada final de semana para apreciar a possibilidade de estar junto de quem me quer bem. Os trabalhos seguem em ritmo crescente, a obra começa a tomar forma. Tudo correria pelo melhor não fora a catadupa de notícias anunciando o final de uma era. Uma era de ilusão. Uma temporada em que quisemos acreditar que éramos europeus, tal qual os outros. Em que por breves instantes o nosso país serviu de porto a uns milhares desafortunados. A realidade pode nem sempre ser palpável, mas quando quer pode ser brutal.

Voltámos a partir, às centenas, aos milhares. De encontro ao nosso destino, de descobridores de oportunidades, de terras, de sonhos.

É esse misto de contradições que me oprime o peito, como estar feliz, pelo regresso, quando tantos têm que partir, quando tantos têm cada vez menos. Quando os sonhos se esgotam. Quando temos umas eleições à porta e vemos as perspetivas cinzentas do que serão os nossos governantes. Onde estão os heróis quando tanta falta fazem?

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