O mundo dá muitas voltas…
Quando rebentou esta (bem)dita crise em Agosto de 2008, após meses de subidas loucas nos preços de todas as matérias primas, e os bancos começaram a cair uns atrás dos outros (apenas o endividamento gigantesco dos estados evitou a falência de muitos deles), e começaram a ser noticia Maddoff’s e quejandos, todos os liberais deste 3º Calhau a Contar do Sol, pediram aos anjinhos que os governantes fossem intervenientes activos no mercado. Como os pedidos foram angélicamente respondidos, logo começou o rol de críticas aos salvadores de ontem. Hoje por hoje todos voltaram a ser liberais. Quanto menos estado melhor estado. O BCE depois de ter andado a assobiar para o ar ao longo destes últimos anos, percebendo o que pode estar por aí a chegar, ordenou a todos os bancos da zona euro que publicassem a taxa de esforço – quantos dias podem continuar abertos sem receber novos créditos – para se saber exactamente qual a situação do sistema financeiro na Europa.
E é aqui que eu me vou rir, quando virmos, escarrapachado, que bancos tidos como autênticas rochas de tão sólidos, publicarem que conseguem estar uma ou vá lá duas semanas sem acorrerem a créditos alheios. Quero ver esses liberais de pacotilha, que são óptimos a conceder receitas nas desgraças alheias, a recomeçar campanhas bem urdidas na sempre solícita imprensa, aludindo à necessidade de novos avales estatais para salvar a economia e a empresas e as pessoas. Claro que quando (obrigaram) as empresas a aceitar créditos para negócios (in)viáveis, para cumprir rácios, ainda à poucos anos atrás, e criaram necessidades que nem o mais imaginativo conseguiria descortinar, estavam apenas a contribuir para a riqueza nacional. Agora descobriram, com grande consternação, que de repente toda a Europa ocidental se endividou desmesuradamente, numa avidez consumista sem paralelo na história. Há que despedir, reduzir, achincalhar todo um povo que foi ingenuamente na cantiga do bandido.
O mundo dá muitas voltas…
Quando a Europa alegremente entregou a quase totalidade dos seus meios de produção à china, que tem excedentes monetários incríveis e financia os estados e bancos europeus, para que estes lhe possam comprar mais bens. Quando temos quase metade dos nossos jovens sem emprego e sem perspectivas de o virem a ter. Quando pedimos dinheiro emprestado para pagar subsídios de desemprego, para os desempregados terem dinheiro para comprar artigos chineses…
O mundo dá muitas voltas…
Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
sábado, 19 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Tem os que passam
Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...
-
3 de Novembro de 2009, terça-feira. Dia triste por aqui hoje. Mais um dos nossos colaboradores passou para o outro lado. O Samba era um dos ...
-
a. Areia. Está presente em todo o lado. Tempestade de areia. Água. Aprendemos a dar valor à água. Sem ela não há vida. b. Barco. É como pass...
Nenhum comentário:
Postar um comentário