quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Curva do Baobab

18 de Fevereiro de 2009, quinta-feira. Hoje foi um dia triste para mim. Consegui, à cerca de um ano o desvio da estrada na zona de Jedida, para salvar um enorme Baobab, com cerca de 10 metros de perímetro e uns 25 metros de altura. Pareceu-me lógico que se todos os terrenos são do estado, porque não desviar a estrada para salvar uma árvore tão imponente. Por mais modestos que sejamos todos temos a secreta esperança de ver reconhecidas as nossas acções pela sociedade. Eu não fujo à regra. Também tinha essa esperança. Vejo agora que posso esperar sentado. Quando passei em Jedida de manhã, tudo bem. No regresso nem queria acreditar. Como é possível uma árvore daquelas cair assim. Sem avisar. Sem chuva, sem vento. Sem um ai. Poderá ser encarado como um acto de traição? Como uma acção do destino? Estaria escrito que o velho Baobab estava condenado? Será a África nativa a dizer aos Toubab que não a voltam a colonizar? Será apenas uma coincidência? Não sei. Quero pensar que terá sido apenas a forma de um velho general morrer dignamente. Caiu de pé. Quando chegou a sua hora. Sem testemunhas. Sem razão aparente. Fica a homenagem de uma curva, agora, sem razão. Quando ali passar serei o único a saber, que aquela é a Curva do Baobab.

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