Uma diferença grande que sempre tive dos meus filhos e da
Inês em particular, eu sou campo ela cidade, eu natureza ela betão, eu pó ela
ar condicionado. O que temos em comum é o gosto pelo belo, cor, música, cinema,
livros, amor.
Este fim-de-semana sempre fomos até Etosha, na Namíbia.
Fiquei apaixonado. Um país cheio de espaço. Pouca gente, nenhuma confusão.
Muita natureza. Arrumado. SEM LIXO. Gente tranquila. O parque é enorme ¼ de
Portugal! Milhares de animais e muito espaço. O local certo para quem gosta de
ver longe. Quilómetros de nada! Etosha, significa “Grande lugar branco”, não
necessitamos de explicações quando lá chegamos, a terra é branca e o lugar é
enorme.
Esta zona corresponde a um antigo lago, na época em que o
rio Cunene corria para aqui, o branco é calcário e sal. A sensação de liberdade
é incrível. Quilómetros de nada. No entanto Etosha abriga uma quantidade enorme
de animais selvagens, que já perderam a batalha pela sobrevivência noutras
paragens. Podemos percorrer todo o parque e não se vêm guardas em nenhum lado,
nem lixo, nem turistas a desrespeitar as regras e passam por aqui 200.000 por
ano. Quando o homem quer sabe respeitar o que o rodeia. A natureza é uma maravilha
e é bom apanhar pó nestas demandas, mas tudo o que é de mais parece mal,
ficámos no Mokuti Etosha Lodge, um rincão do paraíso.
Uma cozinha excepcional a juntar à cortesia do staff e à
natureza omnipresente , com esquilos, e suricatas a correr por todo o lado,
mais uns veados aparadores de relva.
Cereais, mueslis, tábuas de queijos, frutas, carnes variadas
incluindo caça, peixes saborosos, uma cozinha maravilhosa.
Fica a prova que quando respeitamos a natureza ela é pródiga
e devolve-nos tudo com juros. Até o bem estar e a tranquilidade interior, o
equilíbrio e a saudade.
Senti-me branco, imerso naquele mar de branco com uma miragem
permanente ao longe…