O
que se pode dizer quando nos fogem as palavras? Quando vagueamos por
mares tantas vezes navegados. Quando temos amigos que nos recebem de
braços abertos. Quando nos sentimos bem vindos. Quando vemos
conterrâneos a oito horas de vôo de casa.
Vi
Luanda em toda a sua espectacular miséria. O contraste atinge-nos a
190km/h (não é Mário?). O futuro mora aqui. A velocidade da
mudança só a pode valorizar quem a vive(u).
Andei
em Belas e Luanda Sul, mas também na Coringa, Prenda, Praia Amélia,
junto à nova Assembleia ou na ilha de Luanda. Em novas avenidas
largas, ladeadas por prédios a reluzir. Em caminhos de terra, com
esgoto a céu aberto e casas de terra. Em praias cobertas de lixo. Em
praias espectaculares, com nadador salvador e vigias como nos
“states”. Entrei em mercados de rua onde o lixo rivalizava com os
produtos em venda, em hipers que nada ficam a dever aos melhores.
O
Quim e o Bruno apanharam-me na ilha, pagaram um copo no “Jango
Veleiro”, comecei na Alta. Matei as saudades do peixe com uns belos
carapaus de quilo. Deixei a EKA por uns dias e fui aos treinos de
CUCA. Fui ao Mussulo de barco, que praia... Especialmente quando por
terras lusas o frio é rei. Aí empreteci num único dia. Claro que
estou a pagá-las, pareço uma serpente na época da muda...