segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Bem Hajam!

12 de Outubro de 2009, segunda-feira. Um dia depois das eleições autárquicas. Muito se disse e escreveu. Quase todos ganharam (vá lá desta vez houve um que assumiu que perdeu, foi o BE, costumam todos ganhar…) Poucas alterações se verificaram. Presume-se que das duas uma, ou o pessoal está contente com o poder autárquico ou as alternativas, apenas o são no papel. Na nossa zona apenas a Câmara de Alcanena mudou e mesmo aí o presidente cessante não se recandidatou. Em Torres Novas o Rodrigues parte para o último mandato com confiança reforçada. No Entroncamento o Ramos amplia a vantagem. Na Chamusca o Carrinho parte para o último mandato depois de 30 anos no poder, sem maioria absoluta, mas já com experiência nesse domínio. Constância ganhou novo presidente sem mudar de cor, o novo é o Máximo. Na Golegã, antigo baluarte vermelho, o rosa Maltez cilindrou tudo e todos com uma goleada por 5-0. Daqui por quatro anos sim, vai valer a pena. Mais de 100 presidentes terão que deixar de o ser. Pode ser que surpresas aconteçam. Pode também ser que sem o espectro da reeleição estes autarcas embarquem num mandato mais desinibido, para deixarem um legado prós vindouros exaltarem. Veremos. Quanto à asserção por muitos analistas, que o país está sem rumo, sem líderes carismáticos, a navegar à bolina. Urge reencontrar objectivos para o futuro. É indispensável deixar de discutir pormenores e passar aos pormaiores. Estamos a discutir o sexo dos anjos há anos. Agora que pertencemos ao clube dos ricos, ficámos gordos e anafados. Precisamos de um trilho que nos faça redescobrir o orgulho em ser português. Teremos que passar urgentemente do registo do “mais auto-estrada ou menos auto-estrada”, do TGV, do novo aeroporto. Teremos que atingir um consenso sobre quantos funcionários públicos necessitamos. Teremos que passar a reconhecer o mérito como forma de distinguir os melhores. A cunha terá que ser enterrada de vez. A mesquinhez deve dar lugar aos nobres objectivos. Acima de tudo teremos que produzir mais e melhor. Finalmente devemos interiorizar que ser só consumidor não chega. Devemos exigir ser Cidadãos. Devemos utilizar moedas com duas faces. Cara e Coroa. Direitos e Deveres. Só assim poderemos ser reconhecidos como pares. O bota abaixo provém de almas pequenas. Felizmente que existe gente para quem os Velhos do Restelo, são um facto histórico, sim, mas enterrado. Gente que se bate por esse mundo fora para que se saiba a cepa de que são feitos os Portugueses. Bem hajam!

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