Por este rio acima
Estes escritos representam acima de tudo estados de espirito. Dia a dia de um português em Portugal
domingo, 10 de março de 2024
Tem os que passam
quarta-feira, 9 de março de 2022
Menina Mulher
Menina mulher, mais uma vez faltas à chamada,
Mais uma vez vais deixar que aniversarie, só eu, só nós,
Vou, vamos, envelhecendo em cadência continuada
Um ano de cada vez, já por nove vezes a sós
As cores, hoje em dia, são negro
e vermelho,
Negro da guerra e vermelho do sangue
Ao invés de branco e verde,
Branco da luz e verde da esperança
Foi ontem, foi há tanto tempo…
Menina mulher, não chegaste a ver
Tantas lágrimas, qual torrente tempestuosa
Que rolaram a partir de olhos tristes
De olhos marejados de passados
Alegres, sinceros e risonhos
Fazes-me, nos, falta
Inês, Inês…
segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
Trinta de Janeiro
Análise política
Já que tantos viraram experts em tudo e mais alguma coisa,
hoje vou eu analisar o surpreendente dia de ontem.
As sondagens não falharam. Não senhor. O que aconteceu foi
uma massiva resposta ao que as sondagens indicavam, o risco de uma vitória do
PSD, junto com uma subida incrível do Chega.
O PSD é hoje por hoje um anacronismo, uma excrescência do 25
de Abril, é o único partido social democrata de direita em todo o mundo. Igual
ao PS, só que os seus militantes não querem ver o óbvio. O que muda entre o PS
e o PSD são as pessoas que estão de um lado e do outro, nada mais. O dia 30 de Janeiro
de 2022, representa o primeiro dia da última fase da vida do PSD.
O CDS morreu. Abandonado por todos. Foi eutanasiado,
abortado, por militantes anti-eutanásia e anti-aborto. Paz à sua alma.
O PAN não sobreviveu à saída de André Silva, único com um
discurso minimamente coerente dentro da cacofonia PANista. Como transformar
algumas boas ideias, num conjunto de p***a nenhuma ao tentar formar um programa
político global. O PAN sofre do oposto do BE, nenhuma ideia fora da trilogia
Animais – Natureza – Proibir, contra Ideias fracturantes – Reivindicações – Proibido
proibir (excepto o Chega).
Os Verdes perderam as folhas, e deslizaram tão suavemente pela
encosta abaixo que ninguém reparou…
O PCP foi vítima do COVID, os votos que perdeu pertenciam
aos octogenários que partiram vítimas do vírus pandémico, os 5 que não se
encontram neste grupo estão em casa em isolamento…
O BE chegou a 2022 sem perceber a diferença entre ser um
partido de protesto e um partido com ambição ao poder, a dialéctica trotskista
foi trucidada pelo Costa. Um partido de protesto tem um limite de 4 ou 5
deputados, que juntos podem fazer muito barulho PONTO. Um partido de poder tem
que ter alguém que perceba que para ter 1 milhão de votos não pode ser por
defender ideais datados nos anos 60 / 70, hoje, contrariamente ao inicio dos
anos 2000 nenhum jovem se revê no BE.
O Livre, viu-se livre da Joacine e tem direito a uma segunda
oportunidade. O Rui Tavares tem o palco por quatro anos, para apresentar uma
ideia ambiental enquadrada na União Europeia. Vamos ver o que consegue fazer.
A IL representa hoje o receptáculo do voto urbano e jovem, a
esquerda caviar chique deu lugar aos liberais. Tem as maiores perspectivas de
crescimento, porque verdadeiramente defendem uma alternativa à sociedade
moribunda portuguesa. Vai substituir o PSD em 2 ou 3 eleições!
O Chega cresceu porque conseguiu trazer os reaccionários, racistas,
beatos, fascistas, pides, maldizentes-de-café, desencantados, retornados,
fakenewsistas, portugueses-de-bem, que estavam desencantados da vida e abstencionistas,
de volta à democracia (e esta heim!). teve uma votação transversal a todo o
país, interior, litoral, norte, sul, urbano e rural, mostrando que os
ressabiados estão uniformemente espalhados por todo o rectângulo. O Ventura
Beato é só um fantoche que os DDT escolheram para desbravar terreno, como ele é
muito vaidoso, acredita estar numa missão divina! (Deus também é racista!)
Tenho uma má notícia, o Chega é como o BE, serve para chatear e fazer muito
barulho, mas pouco mais…
O PS, teve o que ninguém acreditava que acontecesse. É um
partido desgastado. Está farto do país e o país está farto do PS. O resultado
dos quatro anos deste governo pode implicar uma guinada à direita e o fim do PS
por muitos e longos anos, assim continue com a arrogância ensaiada nos últimos
anos. Conseguiu uma maioria absoluta, que ninguém consegue na Europa, pode
governar sozinho e assim ficar responsabilizado por tudo o que aí vem ou pode receber
esta oportunidade para ensaiar uma governação séria e honesta e demonstrar que
o PS não serve só para levar o país à ruína, antecâmara de nova chamada ao FMI…
Catrapumba!
domingo, 9 de janeiro de 2022
Demografia
É
hoje consensual que Portugal enfrenta uma crise demográfica, por muitos
denominada de Inverno demográfico. Tem Portugal uma das populações mais idosas
do planeta. A pirâmide etária portuguesa está já invertida, com mais idosos que
jovens. Para os partidários do crescimento económico estamos perante uma
espécie de suicídio colectivo, com uma traição das novas gerações à história de
um dos mais antigos países da Europa. Os economistas liberais, consideram que a
segurança social só pode funcionar com uma pirâmide etária real, ou seja, cada
grupo etário deveria ser sucedido de um com uma base maior. Os humanistas que
consideram que o homem subjugou a natureza, entendem que mais uma vez o homem
conseguirá arranjar uma solução para aumentar a produção de alimentos de forma
a proporcionar alimentação digna para quantos vierem. Os cristãos consideram
que é uma obrigação bíblica o “crescei e multiplicai-vos”…
O
interior (hoje já é interior quase todo o território, à excepção das áreas
metropolitanas, Braga, Aveiro, Algarve litoral e pouco mais) está ao abandono.
As terras restam incultas. Grassam pinhais e eucaliptais um pouco por todo o
lado, mais as matas densas de acácias resultantes dos fogos que se vão
sucedendo nos verões cada vez maiores e mais quentes.
Convém
recordar aos saudosistas que o período áureo de Portugal (século XVI) foi
cumprido com uma população de cerca de 1 milhão de pessoas…
Os
estudiosos da demografia, apontam que a população residente irá diminuir (o
processo já começou, veja-se o resultado dos censos de 2021), para entre 9 e 7
milhões, consoante os cenários, até 2050 (daqui a 28 anos). Todos os políticos
se dizem bastante preocupados com a situação…
No
entanto a população humana ultrapassou o primeiro milhar de milhões no século
XIX, hoje somos já 8 mil milhões, em escassos 150 anos multiplicámos por 8.
É
sabido que a diáspora madeirense é mais numerosa que a residente no arquipélago,
tal como a açoriana e a cabo-verdiana e tantas outras de pequenas ilhas ao
redor do planeta. Assim podemos dizer que pequenas ilhas não suportam
crescimento indefinido da população humana a longo prazo.
A
população europeia cresceu bastante no século XIX com os avanços dos cuidados
de saúde, que resultaram em menos mortes de crianças e suas mães, isso levou a
ondas massivas de emigração europeia uma vez que a disponibilidade de alimentos
não acompanhou o crescimento populacional. Os europeus fixaram-se um pouco por
todo o globo, com especial enfoque no Novo Mundo, América do Norte e do Sul.
Em
1900 existiam 1,6 mil milhões de seres humanos, na China seriam cerca de 300
milhões e na Índia 200 milhões. No Brasil 17 milhões, em Portugal habitavam 5,7
milhões, na Etiópia 4 milhões e em Angola 2,4 milhões.
Em
2021 somos 7,8 mil milhões, na China são cerca de 1,41 mil milhões e na Índia 1,38
mil milhões. No Brasil 213 milhões, em Portugal habitam 10,1 milhões, na
Etiópia 115 milhões e em Angola 33 milhões.
O
crescimento populacional no planeta foi tão grande desde a revolução industrial
que hoje vivem em simultâneo cerca de 15% de todas as pessoas que já existiram.
1 em cada 8 homens está vivo hoje.
O
homem e os animais domésticos representam cerca de 96% de todos os animais que
vivem em terra, os animais selvagens são 4%...
A
economia, como tudo no planeta terra teve comportamentos cíclicos até há 200
anos e existiu equilíbrio entre os humanos e suas actividades e o planeta.
Desde o início da exploração dos combustíveis fosseis a economia tem tido um
crescimento quase constante, acompanhado por um crescimento populacional ainda
mais crescente, o que tem levado a que o PIB per capita não tenha tido um
crescimento tão significativo. À medida que os povos do hemisfério sul se vão
integrando na economia de mercado e tendo acesso aos bens de consumo que
estiveram reservados a uma minoria, os níveis de poluição têm crescido a um
ritmo sem paralelo. Podemos dizer que o crescimento da economia é proporcional
ao consumo de combustíveis fósseis, pudemos verificar isso com a paragem global
efectuada no início de 2020 com os confinamentos provocados na sequência do
alastrar da pandemia de COVID, os efeitos visuais, de níveis de poluição
verificados nas cidades, de qualidades das águas, foram tão espectaculares que
surpreenderam tudo e todos, por não ser repetível uma situação como a vivida há
dois anos.
A
situação de stress provocada por tão intensa actividade por todo o planeta está
a provocar uma resposta da natureza, que já estamos a experimentar, verões
maiores e mais quentes, degelo dos glaciares, aquecimento dos oceanos, maiores
tempestades, mais secas, chuvas intensas em períodos curtos. Estamos a extrair água
dos aquíferos a velocidades bastante superiores às da recarga dos mesmos.
Hoje
temos ao nosso dispor um conjunto de ferramentas que nos permitem olhar o
passado e compreender melhor alguns factos ocorridos em épocas remotas. Assim
podemos verificar que a queda do Império Romano está ligada a uma erupção vulcânica
ocorrida na Islândia, que emitiu tantas cinzas para a atmosfera escurecendo o
céu e provocando o “ano sem verão”, com a consequente diminuição de
alimentos disponíveis, maior pressão nas fronteiras por parte de povos
desesperados por fome. O rio Reno congelou em grandes extensões, permitindo a
passagem em praticamente todo o seu curso aos chamados “bárbaros”,
evitando as legiões que controlavam os pontos chave da travessia da fronteira.
O
Império Assírio caiu logo após ter atingido o apogeu devido a um período de
seca de 60 anos, que atingiu o seu território.
Na
Inglaterra deixou de ser possível a cultura da vinha depois do século XV, até
há bem pouco tempo, voltou nos últimos anos a ser viável.
A
revolução francesa surgiu no século XVIII na sequência de alterações climáticas
que conduziram a penúria alimentar uma grande parte da população.
Em
2011 na sequência de más colheitas na China, o governo chinês adquiriu no
mercado mundial os cereais em falta, o que provocou um grande aumento do preço
do trigo e escassez. Em muitos países o aumento do preço do pão levou a
revoltas, ficaram conhecidas por “Primavera árabe” com a queda do regime na
Tunísia, na Líbia, no Egipto. A guerra civil na Síria foi consequência da seca
de vários anos verificada no território.
Portugal
tem uma auto-suficiência de 18% no abastecimento de cereais, tendo por isso uma
dependência enorme de fornecimento exterior.
A
pegada ecológica portuguesa está estimada em 1,5 – significando que o que consumimos
num ano necessita de 1 ano e meio a repor, assim o nosso défice não é só
financeiro, é também ecológico. Grande parte da população mundial tem um nível
de acesso a bens, inferior ao nosso, à medida que mais pessoas em todo o mundo
vão tendo acesso a electricidade, carros, alimentação, a pegada ecológica vai
aumentando.
É
hoje consenso que a população humana, dado o seu número, está em equilíbrio instável
com o meio ambiente, qualquer anomalia climática pode representar a “gota
que faz transbordar o copo” com consequências imprevisíveis a prazo.
Assim
se é arriscado para o futuro da espécie humana a existência de uma população
tão numerosa, como podemos afirmar que é negativo para Portugal que se verifique
uma redução da população? Podemos antes verificar a existência de uma oportunidade
de recuperar uma parte significativa do território e operar uma renaturalização
do mesmo.
Quanto
à segurança social, deverá ser iniciada uma transformação do seu financiamento,
aumentando a fracção das actividades económicas com menos necessidade de mão de
obra e as actividades especulativas.
Com
a digitalização, a necessidade de mão de obra vai diminuir, por isso ter menos
jovens pode ser uma mais valia.
Também
deveríamos iniciar uma melhoria significativa das retribuições pagas aos jovens,
para promover o estancar desta sangria que nos leva todos os anos a perder o
melhor recurso deste país, os nossos filhos terem que emigrar continuamente.
terça-feira, 9 de março de 2021
Foi ontem
Foi ontem, foi há tanto tempo…
Pela oitava vez vou aniversariar sem ti
Dói como no primeiro ano, tanto, tanto
Tento ver a vida colorida, como me ensinaste
Sinesteta te afirmaste
Desabo num pranto
Procurei-te e não te vi
Desabo num lamento.
Foi ontem, foi há tanto tempo…
Continuamos a caminhar, por ti
O amor continua tanto
Uma lágrima substituída por um sorriso, como me ensinaste
A vida é bela de ser vivida, afirmaste
Dias felizes, dias de pranto
Tanto caminho já vi
Sem um queixume sem um lamento
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
Ambivalente
Ambivalente,
É como me sinto,
Omnipotente e impotente,
Branco e tinto,
Por um lado, contente,
Por outro afogando as lágrimas em absinto.
Ao caminhar,
Menos resta para chegar,
Mais ficou para trás, se calhar,
Ao caminhar,
Mais caminho percorrido,
Mais mundo vivido,
Mais transporto, se calhar,
Ao caminhar,
Mais triste ou contente,
Neste viajar,
Acho-me ambivalente…
sábado, 21 de março de 2020
Tempos de Incerteza
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Não sou vegano (ainda)
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
Viagem
sábado, 30 de setembro de 2017
Dever Cumprido
domingo, 9 de julho de 2017
Sons
Tem os que passam
Tem os que passam, de Alice Ruiz "Tem os que passam e tudo se passa com passos já passados tem os que partem da pedra ao vidro deixam t...
-
a. Areia. Está presente em todo o lado. Tempestade de areia. Água. Aprendemos a dar valor à água. Sem ela não há vida. b. Barco. É como pass...
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3 de Novembro de 2009, terça-feira. Dia triste por aqui hoje. Mais um dos nossos colaboradores passou para o outro lado. O Samba era um dos ...